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Defesa Civil esteve no local e 54 casas correm risco de desabar
Os moradores de 54 casas do Terra Nova, em Várzea Grande, que estão com as casas correndo risco de desabar, estão indignados com um termo inserido na proposta de acordo oferecida pela incorporadora RNI – antiga Rodobens, responsável pela construção do condomínio.
Duas moradores do local afirmaram em entrevista ao 
oticias que a incorporadora está se eximindo da culpa: “Eles adicionaram que estão colaborando voluntariamente, como que não tivessem responsabilidade no problema”.
O termo consta no acordo que estabelece pagamento de R$ 2 mil para as casas que não são ampliadas e R$ 2.500 para as casas que são ampliadas. Além do valor de R$ 285, pago de condomínio.
“O acordo está isentando-os de qualquer responsabilidade futura. Não querem que ninguém acione eles judicialmente posteriormente, e a questão aqui é o solo, as casas foram construídas em cima de solo ruim, tem laudos que comprovam, e não vão resolver isso em seis meses, vão compactar o solo embaixo de nossas casas, sem derrubá-las, acho que não é possível isso”.
A moradora acrescenta: “Eles acham que pagando seis meses de aluguel e os custos de mudança já está bom. Aí lá na frente eles resolvem dizer que a culpa é minha, e eu perco tudo, razão, casa, sonho”.
E lamenta: “E o prejuízo que já tivemos. Acha que alguém vai alugar ou comprar minha casa depois de saber que um dia foi interditada pela defesa civil por risco de desabamento. Já desvalorizou na metade os imóveis. Eles serão acionados judicialmente e individualmente por grande maioria dos moradores. Que leve anos, mas o dinheiro foi suado, e foi um sonho que literalmente está desabando na casa própria”.
Ainda conforme outra moradora, quando comprou a casa, a construtora garantiu que poderia reformar o local. “Todo mundo tem construção, e não teve problema, somente no fundão. Aquele lado foi construído sem compactar o solo, só jogou o aterro, chegou e construiu as casas em cima, não foi preparado para receber construção”, conta uma das moradoras.
Outro lado: A reportagem entrou em contato com a assessoria da construtora, que enviou uma nota de esclarecimento sobre o caso.
“A incorporadora RNI reuniu-se com representantes do condomínio Terra Nova Várzea Grande e anunciou apoio aos moradores. Cada uma das 54 famílias receberá um auxílio mudança de R$ 4 mil para custeio da saída e do retorno às unidades. Será oferecido também, por um período inicial de seis meses, auxílio moradia de R$ 2 mil mensais por unidade, com acréscimo de R$ 500 mensais no caso de casas ampliadas, além de R$ 285 como apoio de taxa de condomínio. Para que esse suporte seja efetivado, os proprietários devem aceitar formalmente a oferta, por meio da assinatura de um Instrumento de Transação. Esse documento também autoriza a empresa a ter acesso às unidades danificadas, para avaliação individual dos danos e providência dos reparos".
“Todas as medidas anunciadas demonstram o respeito da RNI com os seus clientes e a solidariedade da empresa com os moradores afetados. A ajuda é simultânea à apuração das causas dos prejuízos verificados, ainda em andamento”.
Na nota, a RNI afirma novamente que os problemas surgiram devido a construção posteriormente realizada pelos moradores. “Uma empresa de engenharia independente realizou nova vistoria no local nesta segunda-feira (4), e os dados preliminares reforçam os resultados indicados por outro laudo técnico realizado em julho: a movimentação do solo e os danos envolvem construções posteriores à entrega do residencial, há dez anos. A companhia não tem conhecimento sobre os métodos construtivos ou processos adotados nessas ampliações ou modificações”.
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