Um grupo de moradores do Residencial José Guimarães, em Várzea Grande, cansado e revoltado com a falta de água que vem ocorrendo há 12 dias, resolveu “invadir”, na manhã desta terça-feira (06.12), a galeria do plenário da Câmara de Vereadores e cobrar uma solução por parte dos parlamentares.
Durante a sessão ordinária, os moradores deram as costas para os vereadores, e gritavam: "Eles [vereadores] não nos representam". Quando finalizou a sessão, o presidente da Casa de Leis, Fabio Tardin - popular Fabinho (PSB), disse que os moradores deveriam ir até à Prefeitura e virarem as costas para o prefeito Kalil Baracat (MDB).
Após o tumulto, o conversou com Eldevão Pinheiro Silva, e ele disse que estavam ali para cobrar uma regularidade no fornecimento de água que não está acontecendo, pois, vem água um dia e depois só daqui a 15 dias.
Segundo Eldevão, ainda tem famílias, assim como a dele, que mora no final da linha, que a água nem chega nesse “um” dia. Ele explicou que tem moradores que fazem manobra, abrem o registro e colocam bomba para puxar água da rede, não deixando a possibilidade de chegar nas casas do final da linha.
“Na última vez que veio água eu consegui pegar 100 litros, mas o que dá para fazer com 100 litros de água? Para os homens é mais fácil, mas, e, para as mulheres que precisam de água para limpar a casa, lavar roupa, fazer comida e higiene pessoal. Então desse jeito não dá. Alguém precisa resolver isso”.
O morador disse que desesperado com a falta de água, chegou a ir à sede do Departamento de Água e Esgoto do município (DAE/VG), na avenida Júlio Campos, e conversar com chefe dos manobristas da distribuição de água, conforme ele, Maciel.
Conforme Eldevão, Maciel alegou que a Autarquia estava comprando umas bombas com mais pressão para resolver o problema, que segundo o morador já tem “200 anos” que o DAE está comprando essas bombas e até hoje nada.
“Infelizmente eu não acredito, eu trabalhei 14 anos na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP), então eu sei como tudo funciona essa questão de fornecimento, recolhimento e tratamento de água e esgoto. Eu implantei várias ETA, então eu sei como funciona, se os caras não comprarem um conjunto de moto bomba que seja suficiente para mandar a pressão, não vai adiantar.
O morador concluiu que o DAE é uma 'máfia, assim como os caminhões-pipa'. Eldevão, disse que durante a conversa com Maciel, se exaltou e até disse que iria procurar uma delegacia para registrar uma ocorrência pelo descaso. “Mas acredita o que aconteceu? Quando eu saí do DAE, lá na frente da minha casa já tinha um caminhão-pia. Quando vamos lá e pedimos pelo amor de Deus, eles não mandam, mas falar em delegacia, aí eles mandam”.
Eldevão disse que a única coisa que a população quer, é a regularidade do fornecimento, pois, eles sabem que o DAE está construindo novas Estações de Tratamento de Água (ETA), mas alegam que não tem como ficar 12, 15 ou mais dias sem água.
“Essa é a nossa reivindicação, se os caras [administração do DAE] fizerem um cronograma programando quais dias terá água e quais dias não terá água, a gente se programa. Agora, o que não pode acontecer é acontecer como está acontecendo, vem hoje e passa quarenta dias sem vir e depois vem de novo e passa mais dez dias, e a gente acaba não conseguindo se programar”, finalizou Eldevão Pinheiro.
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