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Cidades Domingo, 30 de Junho de 2024, 12:21 - A | A

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IDEOLOGIA MILITAR

Militarização de escolas favoreceu bases eleitorais de deputados, diz estudo

Dissertação de mestrado mostra que militarização visa base eleitoral de parlamentares

Lázaro Thor/VGN

Escolas militares de Mato Grosso foram criadas para favorecer as bases eleitorais de deputados estaduais, de acordo com a dissertação de mestrado feita pelo geógrafo Carlos Martins, da Universidade Estadual de Goiás. 

De acordo com o estudo 10% das escolas públicas de Mato Grosso foram militarizadas. Mesmo após o fim do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (PECIM), o governo estadual manteve a política de militarização. Ao todo, no Estado, existem 26 escolas militares. 

"É preciso exprimir que a maioria [das escolas militarizadas] é fruto de requerimentos vindos de Assembleia Legislativa do Estado. Das 26 escolas que já foram implantadas, 23 obtiveram a mediação direta de deputados estaduais e ex parlamentares", diz trecho do estudo. 

"O número de escolas militarizadas implantadas (na prática) em comparação com o total de pedidos registrados na Assembleia Legislativa do Estado, revela que o maior interessado por uma educação a estes moldes diz respeito ao poder legislativo, mais precisamente a um conjunto de 13 deputados. Vale lembrar que a ALMT conta com um total de 25 membros, ou seja, mais da metade defendeu a militarização das escolas. Contudo, foram nove deputados que mediaram ou influenciaram a implantação das escolas estaduais militarizadas que existem hoje em Mato Grosso, isso corresponde a mais de 1/3 da casa", diz outro trecho da pesquisa. 

Aumento na militarização

Do total de 26 escolas militarizadas, 39% são unidades criadas, passando a funcionar em prédios novos, imóveis alugados ou cedidos pelas prefeituras. Por outro lado,  61% dessas escolas passaram a funcionar em substituições as escolas civis que já existiam.

Escolas militares

 

Entre 2018 e 2020 ocorreu uma queda no número de implantação que só foi aumentar a partir de 2021, sendo este o ano ápice, no qual se implanta 11 escolas, representando um salto significativo no número de escolas militarizadas. Em 2022 houve uma queda (três escolas) voltando a ascender em 2023 (quatro unidades). 

O estudo também cita irregularidades na condução da militarização de escolas do Estado. Segundo a dissertação, os processos são conduzidos muitas vezes sem que a voz da comunidade escolas seja ouvida, como nos casos da Escola Estadual Adalgisa de Barros, em Várzea Grande, e na Escola Estadual Paulo Freire, em Canarana. 

De acordo com os dados, no período que compreende os anos de 2014 a 2022 foram protocolados, ao todo, 221 pedidos de implementação de escolas militarizadas no estado de Mato Grosso. Desse total, foram implantadas 14 unidades. 

O recordista nos pedidos de militarização é o deputado De todas as atuações, destaca-se o deputado Sebastião Rezende que protocolou um total de 169 pedidos entre os anos de 2017 e 2022. Esse número é maior que o total de municípios (142). Segundo o estudo, é possível que o deputado tenha protocolado mais de um documento para a mesma cidade ou realizou o pedido mais de uma vez para um mesmo município. 

Leia mais: “Lázaro Cuiabano” segue 31 dias foragido enquanto governador se auto homenageia com medalha militar

 
 
 

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