A realização de uma nova manifestação no entorno do Mineirão, desta vez no dia do jogo entre Brasil e Uruguai pela Copa das Confederações, nesta quarta-feira (26.06), fez o MP (Ministério Público) de Minas Gerais cobrar garantias das autoridades de segurança. A possibilidade de um grande confronto entre manifestantes e a polícia, como ocorreu no último sábado (22), dia do jogo entre Japão e México, pode fazer com que o MP peça pelo adiamento da semifinal do torneio. Um porta-voz do órgão afirmou à agência EFE:
— Pedimos que seja respeitado o direito de protestar e se preserve a segurança dos manifestantes.
Sem garantias de que poderão realizar o ato, os organizadores estariam sugerindo que a partida válida pela semifinal da competição seja cancelada, se não puderem realizar o protesto. Não houve, entretanto, proposta concreta enviada ao Ministério Público.
São esperadas mais de 100 mil pessoas em manifestação contra os gastos públicos para realização da Copa das Confederações e Copa do Mundo. O clima que já era tenso, ficou ainda mais devido a declarações do comandante da Polícia Militar de Minas Gerais. Márcio Martins Sant'ana afirmou em entrevista coletiva que, se o protesto pretende chegar perto do Mineirão, como aconteceu em outras manifestações, "o combate será inevitável". Será formado um perímetro de dois quilômetros no entorno do estádio, onde não será permitido qualquer ato.
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No sábado, quando jogaram Japão e México houve protesto, que acabou sendo duramente reprimido com uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Pelo menos 15 pessoas ficaram feridas. O confronto com a polícia deixou um rastro de destruição pela cidade.
A Fifa não se pronunciou especificamente sobre qualquer manifestação em Belo Horizonte, mas anunciou nesta terça-feira (25) que os portões do Mineirão serão abertos quatro horas antes do jogo, e não três, como vem acontecendo no torneio.
Neste sábado (22), Belo Horizonte viveu momentos de cidade em guerra. O protesto que reuniu cerca de 100 mil pessoas na Pampulha, durante o jogo entre Japão e México no Mineirão, terminou em um violento confronto com a polícia.
Vândalos destruíram agências bancárias, concessionárias de veículos, uma faculdade e tentaram invadir até o Batalhão do Corpo de Bombeiros. Dois jovens caíram de um viaduto na avenida Antônio Carlos e se feriram gravemente durante confrontos com a Polícia Militar.
O primeiro acidente ocorreu por volta das 17h da tarde deste sábado, quando manifestantes teriam sido cercados pela tropa na saída do viaduto José Alencar. A segunda vítima se feriu meia hora depois.
Pelo menos outras dez pessoas foram feridas, entre jornalistas, manifestantes e militares.
Feriado - O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB-MG), decretou feriado nesta quarta-feira (25) na capital mineira por causa do jogo entre Brasil e Uruguai, pelas semifinais da Copa das Confederações, que acontece às 16h no Mineirão. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Município desta terça-feira (24).
De acordo com o comunicado, os órgãos públicos que prestam serviços essenciais vão funcionar normalmente, o que inclui a Defesa Civil de Belo Horizonte e o Grupo de Área de Risco. A Secretaria Municipal de Saúde vai regulamentar, através de uma portaria, o funcionamento dos serviços vinculados a ela, incluindo as UPAs e os postos de saúde. Já no caso de outros serviços indispensáveis à população, seu funcionamento será definido pelos secretários municipais e dirigentes das entidades.
A partida entre Brasil e Uruguai será a terceira e última que Belo Horizonte recebe nesta edição da Copa das Confederações — anteriormente, a cidade sediou o triunfo da Nigéria por 6 a 1 sobre o Taiti e a vitória do México por 2 a 1 diante do Japão.
A preocupação da Prefeitura é com a possibilidade de atos violentos na região do Mineirão por causa da manifestação que está marcada para esta quarta-feira na cidade.
O vencedor da partida entre Brasil e Uruguai se classifica para a final da Copa das Confederações, que será disputada no próximo domingo (30) no Maracanã.
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