Um estudo recente divulgado pelo Todos Pela Educação, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2023 realizada pelo IBGE, aponta que cerca de 2,3 milhões de crianças brasileiras de 0 a 3 anos não estão matriculadas em creches devido a dificuldades de acesso. Este número representa um desafio significativo para a primeira etapa da Educação Básica, crucial para o desenvolvimento infantil.
Apesar de não ser obrigatória, a matrícula em creches é um direito constitucional das crianças e suas famílias, com seis em cada dez famílias desejando que seus filhos frequentem estas instituições. No entanto, apenas quatro em cada dez conseguem vaga, evidenciando uma lacuna significativa na oferta deste serviço essencial.
O estudo também destaca a desigualdade no acesso às creches, afetando principalmente as crianças mais pobres. Entre as famílias de baixa renda, 28% das crianças estão fora das creches por dificuldades de acesso, enquanto nas famílias mais ricas, esse percentual cai para 7%. Além disso, a desigualdade é acentuada geograficamente, com as regiões Norte e Nordeste apresentando os maiores índices de crianças fora das creches por este motivo. Estados como Acre, Roraima, Pará e Piauí lideram com os maiores percentuais.
Creches desempenham um papel vital não apenas no cuidado infantil enquanto os pais trabalham, mas também na oferta de aprendizagem e interações sociais diversificadas e profundas, fundamentais para o desenvolvimento na primeira infância. São espaços que preparam as crianças para uma vida de aprendizado contínuo, além de serem fundamentais para a plenitude da infância.
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