A defesa do cabo da PM, Gerson Luiz Corrêa Júnior, acusado de operador o esquema de grampos ilegais em Mato Grosso, requereu nesta sexta-feira (02.03) a revogação da prisão preventiva dele. O pedido ocorreu durante a terceira audiência de instrução no processo contra militares.
A defesa de Gerson Corrêa requereu ao juiz Murilo Moura Mesquita, da 11ª Vara Criminal Militar, a extensão do benefício da prisão domiciliar concedido ao coronel Zaqueu Barbosa no mês passado, pedindo isonomia de tratamento.
No pedido, a defesa alegou que o Ministério Público Estadual (MPE) concedeu parecer favorável ao pedido de prisão domiciliar na audiência realizada no dia 09 de fevereiro; e que o cabo responde apenas dois crimes enquanto que os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Alexandre Ferraz Lesco, Ronelson Jorge de Barros, o tenente-coronel Januário Antônio Batista, respondem por mais crimes, porém, respondem em liberdade.
Além disso, a defesa requereu que Gerson pode ser monitorado por meio de tornozeleira eletrônica, caso a justiça entender necessário.
O representante do MPE, na audiência, reforçou o entendimento da concessão de prisão domiciliar ao cabo Gerson e apontou que não existe mais elementos para mantê-lo preso no Centro de Custódia de Cuiabá. “O cabo Gerson está cerceado de sua liberdade por nove meses, o que demonstra um cheirinho de excesso".
O MP citou ainda a existência de contradição entre a concessão da prisão domiciliar ao coronel Zaqueu Barbosa (apontado como líder do esquema) e a manutenção da prisão de Gerson. Segundo o Mistério Público, os crimes imputados ao cabo são considerados “leves” e que em uma eventual condenação o militar poderia cumprir a sentença no regime semiaberto.
Após ouvir o Ministério Público, o juiz Murilo Moura Mesquita suspendeu a sessão por 40 minutos.
Além do magistrado, o Conselho Militar formado pelos coronéis Elierson Metello de Siqueira, Valdemir Benedito Barbosa, Luiz Cláudio Monteiro da Silva e Renato Antunes da Silveira Junior, também devem analisar o pedido de liberdade do cabo Gerson.
Atualizada às 17h20 - Após mais de uma hora de paralisação, o juiz Murilo Mesquita retomou a sessão e proferiu decisão pela manutenção da prisão preventiva do cabo Gerson Corrêa, alegando que no processo, testemunhas afirmaram “temer” a soltura do militar.
Além disso, o magistrado apontou que alegação do MP que uma eventual condenação contra Gerson seria cumprida em liberdade é “precipitada”.
“A instrução ainda não terminou, faltando duas testemunhas de acusação, outras de defesa, além do depoimento dos réus”, disse o magistrado ao proferir a decisão.
Os cinco coronéis que compõem o Conselho Militar acompanharam o voto do juiz e decidiram pela manutenção da prisão de Gerson Correa. Ele segue detido no Centro de Custódia de Cuiabá.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).