Patrícia Oliveira, irmã de Marcelo Oliveira da Costa, 39 anos, morto a tiros no dia 02 de abril, em frente à sua residência, em Várzea Grande, afirmou em entrevista ao , na tarde dessa segunda-feira (08.05), que a família quer justiça, pois, segundo ela, não é “justo” que o atirador do seu irmão – um policial militar, esteja solto, mesmo tendo ficha suja com a justiça por outros casos.
Marcelo era servidor concursado da Prefeitura de Várzea Grande, e estava lotado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Ipase e também trabalhava nas horas vagas de motorista de aplicativo. Segundo a ocorrência da polícia, Marcelo foi encontrado por policiais militares, caído próximo ao veículo, na lateral da residência. Ele apresentava perfurações de arma de fogo no pescoço.
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“A bala que tirou a vida do meu irmão saiu da arma, que foi implantada pelo assassino, PM confesso, que ainda alterou a cena do crime premeditadamente”, desabafou ela.
Segundo Patrícia, para a família de Marcelo, o policial de forma alguma deveria estar inserido na Segurança Pública, uma vez que antes de entrar na corporação, já possuía passagem criminal por porte ilegal de arma de fogo e já responde por processo administrativo por fraldar documentos.
“Para mim, o fato ocorrido foi uma falha da administração pública, pois, ao meu ver, deveria haver maior empenho na investigação daqueles que vão nos dar segurança. Segurança essa que meu irmão não teve. Um homem correto e íntegro, que deixou um filho, esposa e família precocemente”.
Em conversa com a reportagem do , Patrícia contou que o sobrinho, quando viu o pai morrendo, pediu para a mãe se não tinha como juntar o sangue dele para ele não morrer. “Meu sobrinho pede pelo pai toda noite, e a mãe dele tenta confortar dizendo que meu irmão virou uma estrelinha. É muito triste saber que esse mês eles iam viajar, já estavam com as passagens compradas, iam comemorar mais um ano de vida do meu sobrinho, mas infelizmente, meu irmão teve a vida interrompida. Esse policial destruiu nossas vidas”, desabafou.
Patrícia disse ainda, que a família está muito triste e revoltada, de saber que a mídia colocou o rosto do irmão Marcelo como assediador e estuprador de mulheres. Segundo Patrícia, o suspeito e sua esposa contaram isso no depoimento.
No entanto, a jovem afirmou que o irmão era honesto e jamais faria uma coisa dessas. “Isso do Marcelo ser assediador não existe, isso não tem nada a ver e a verdade vai aparecer. Nós queremos uma reposta da Corregedoria, houve um homicídio e agora o suspeito, além de estar solto, ainda está trabalhando normalmente. Nós queremos justiça, e não vamos nos calar”, finalizou Patrícia.
Antecedentes criminais - A irmã da vítima disse que o policial militar, identificado pelas iniciais Diogo Donald Correa das Neves, 36 anos, que tirou a vida de seu irmão, nem poderia estar na corporação por ter antecedentes criminais. Segundo ela, em 2014, o policial inseriu uma declaração falsa, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
Na época, o PM participava de um processo seletivo para soldado da Polícia Militar e, que, preenchimento do formulário de investigação social, inseriu no relatório, preenchido de próprio punho, declaração falsa, afirmando que nunca havia sido detido por qualquer força policial e conduzido até uma delegacia, quando na apuração de sua pregressa, foram constatados vários registros de boletins de ocorrência anteriores à declaração, entre eles porte ilegal de arma de fogo. O processo segue em tramitação.
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