Familiares reclamam de descaso e desencontro de informação entre o Instituto Médico Legal (IML) e o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), em Cuiabá, no diagnóstico de Milton Gonçalves Dias, que morreu no domingo (16.08) por traumatismo craniano, após um acidente ocorrido em 11 de agosto, e receber o laudo da Covid-19 do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
Segundo a família, ele foi transferido para o HMC onde esperava por uma cirurgia. Na unidade ele chegou a apresentar uma reação, mas infelizmente não resistiu vindo a óbito no domingo (16). Porém, a surpresa da família começou após a vítima ser encaminhada ao IML como caso suspeito da Covid-19, causando indignação, a família discordou do diagnóstico. Também foi registrado um Boletim de Ocorrência pela família, em busca da solução do erro.
Ao oticias, o cunhado Wilson Ferreira Pereira relatou que no IML a médica submeteu Milton a um novo teste que constatou positivo para Covid-19. Nesses dois dias, o cunhado conta que após realizarem com recursos próprios um novo teste, o qual deu negativo para Covid-19, conseguiram retirar o corpo que será velado nesta terça-feira (18.08) na funerária Santo Antônio, em Várzea Grande.
“A doutora lá do IML que constatou Covid, foi erro do IML, inclusive um mau caráter que nos atendeu lá na recepção do IML maltratou muito a gente, usou palavras de baixo calão, ofendeu e nos humilhou no local. Ele estava trabalhando de chinelo e sem máscara, queria que assinasse documento em branco para depois preencher”, disse o cunhado.
Já a nora, Elenise Lemes, contou ao oticias que após o acidente, ocorrido no município de Peixoto de Azevedo (a 692 km de Cuiabá), a transferência para o HMC não foi autorizada pela família: “Quando ele sofreu o acidente, ele foi levado para o hospital de Guarantã do Norte, lá ele fez o exame da Covid, porque se não iriam colocá-lo na ambulância para poder trazer. Ele era para ser trazido para o Sotrauma, não teve autorização da família para leva-lo para o HMC. Ele não tinha covid-19 e do nada vieram com o diagnóstico, minha sogra visitou ele, teve contato”, relatou Elenise.
A reportagem entrou em contato com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) que tomou conhecimento do caso pelo oticias. À reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde esclareceu que Milton foi vítima de acidente de trânsito, porém, na unidade foi realizado tomografias que levantaram suspeita de pneumonia por coronavírus.
Ainda segundo a Secretaria de Saúde, foi realizada a notificação da Vigilância Epidemiológica para coleta de material para diagnóstico, que não ficou pronto ainda. Diante disso, também foi informada à POLITEC, na ocasião do óbito, de que havia suspeita de coronavírus. O corpo foi encaminhado corretamente, embalado em invólucro impermeável, de acordo com a disposição sanitária vigente.
“Este tipo de conduta é obrigatória tanto para óbitos confirmados ou suspeitos de COVID-19. Os tramites posteriores da necropsia e liberação do corpo são responsabilidade da POLITEC. O paciente foi a óbito devido aos ferimentos causados pelo acidente, porém, pelo fato de terem constatado que ele estava com o vírus, o risco de contaminar as pessoas durante o velório é muito grande”, cita trecho da nota.
Já o IML informou ao oticias, também por meio de nota, que o corpo de Milton Gonçalves Dias - vítima de acidente de trânsito -, foi encaminhado do HMC para o IML mediante requisição de necropsia da DELETRAN, e se apresentava no interior de saco cadavérico impermeável com a suspeita da COVID-19 informada pela instituição de saúde.
Diante disso, "cabe ao IML apurar a identificação técnica e a causa da morte do indivíduo, não havendo meios de descartar a suspeita da COVID-19 na oportunidade da necropsia". A menção à suspeita de COVID-19, informada pelo hospital, na Declaração de Óbito é obrigatória de acordo com as disposições sanitárias vigentes.
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