Os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) paralisaram as atividades na tarde da última segunda-feira (23.03), após a empresa não fornecer materiais de proteção contra o novo coronavírus (Covid-19), e voltar a atrás sobre a liberação do grupo de risco de funcionários terceirizados e o revezamento de turno.
O Sindicato alega que os funcionários estão exigindo Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), álcool em gel, luvas e máscaras, assim como a liberação do grupo de risco dos terceirizados para trabalho remoto como já acontece com os efetivos (concursados) e revezamento de turnos.
Outro ponto importante é a respeito da limpeza no início e no fim da jornada, pois de acordo com o Sindicato existem agências, na Capital e principalmente no interior que estão há mais de um mês sem qualquer tipo de limpeza.
“Desde que começou a pandemia do novo Coronavírus os trabalhadores teriam alertado que a empresa é um potente transmissor do vírus, e mesmo assim, até o momento a empresa teria fornecido em pouca quantidade, álcool 70”.
Ainda de acordo com a categoria, os trabalhadores terceirizados do grupo de risco, não se identificam por medo de retaliações, “eles não podem denunciar que estão sendo obrigados a trabalhar num galpão com aglomerações, entre 150 a 200 pessoas”, declarou.
Os funcionários teriam sido avisados na quarta-feira passada (18) que o grupo de risco iria poder fazer ‘teletrabalho’, ou seja, trabalhar de casa, assim como revezamento de turno, porém, no último sábado (21) eles foram informados que a partir da segunda (23) eles retornariam ao trabalho normal.
A reportagem do oticias conversou com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios, Edmar Leite que afirmou que os funcionários tentaram um diálogo, mas não teriam conseguindo entrar em consenso. “Os funcionários paralisaram as atividades depois do meio dia de segunda, porém, eles permanecem no setor e apenas informaram aos gerentes que precisavam receber os EPIs prometidos pela empresa”, declarou.
Edmar ainda afirmou que hoje (25.03), a empresa cedeu em pouca quantidade álcool 70, mas também não voltaram atrás quanto os funcionários do grupo de risco (terceirizados).
“Os funcionários continuam trabalhando aglomerados, nem papel toalha tem. E ainda com a pressão dos três companheiros demitidos, alguns voltaram ao trabalho, e alguns foram para casa e disseram que vão pensar até amanhã sobre o que vão fazer”, finalizou Edmar.
Outro lado – A reportagem do oticias também entrou em contato com a assessoria da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que encaminhou uma nota informando que não procede a informação sobre a demissão de empregados.
“Os Correios estão seguindo a determinação do Decreto nº 10.282/2020 da Presidência da República, que define os serviços postais como essenciais. A empresa está atenta à proteção de empregados e clientes, com protocolos operacionais e profiláticos já disseminados, baseados nas orientações do Ministério da Saúde”, diz nota.
A empresa ainda alega que entre as medidas já adotadas pela estatal, destacam-se o envio de orientação a todos os empregados quanto aos cuidados básicos de higiene, conforme recomendado pelo Ministério da Saúde, disponibilização de álcool gel 70% em locais próximos às estações de trabalho e intensificação de procedimentos de higienização e limpeza do ambiente e equipamentos.
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