A secretária de Saúde de Primavera do Leste (a 234 km de Cuiabá), Laura Leandra, se pronunciou na tarde dessa segunda-feira (29.08), e explicou que a tragédia que ocorreu na última quinta (25), com a médica Jaqueline Da Croce e a agente comunitária Regy Rouse Lopes de Oliveira, esfaqueadas por um homem, não se tratou de mau atendimento. Segundo ela, o suspeito sofre de transtorno mental, realizava acompanhamento no CAPs, porém com baixa adesão e não utilizava a medicação.
A médica Jaqueline segue internada após passar por uma cirurgia no intestino. Leia matéria relacionada - Médica segue internada na UTI: Facadas perfuraram intestino e não atingiram útero
A agente comunitária de saúde, Regy Rouse Lopes de Oliveira, morreu ainda na quinta (25) na sala de cirurgia. Leia matéria relacionada - Agente comunitária esfaqueada no Posto de Saúde em MT morre durante cirurgia
Conforme a secretária, o suspeito era paciente da unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF) do bairro São José, sido atendido pela doutora Jaqueline no início de julho e não houve nenhuma intercorrência naquele atendimento, foi fornecido uma receita para 60 dias. Não houve mau atendimento como dito por alguns da imprensa.
Um dia antes do crime, o suspeito procurou a unidade de saúde e marcou seu retorno, que aconteceria um dia após a tragédia. Ela reforçou que não houve mau atendimento, e que o fato poderia ter acontecido não só no posto de saúde, mas na rua, numa escola, até mesmo no ambiente familiar do suspeito, devido à falta do uso de medicação.
O suspeito era assistido pelo CAPs desde 2020, porém, ficou um ano afastado do tratamento e tinha baixa adesão aos medicamentos e toda a terapia ofertada por aquela unidade.
Segundo Laura, a mãe do suspeito solicitou ajuda para internar o indivíduo, sendo feita toda orientação, inclusive a possibilidade um surto psicótico, uma vez que o paciente havia trocado o medicamento. Foi explicado à família que teria que acionar uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) caso isso acontecesse.
A mulher então retornou na saúde e disse que não houve melhoras e o médico teria solicitado a internação do filho no Hospital Paulo de Tarso, o qual é referência internação psiquiátrica. Em seguida, a central de regulação forneceu essa vaga. A mãe procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) solicitando o transporte, em que foi orientado que fosse até sua residência e chamasse o Samu, pois teriam uma equipe especializada para conter pacientes com surtos psicóticos.
A Secretaria de Saúde, segundo Laura, entrou em contato com a equipe do Samu e foi informada que não houve chamada por parte da família do suspeito.
“É de suma importância a gente ressaltar que o tratamento psiquiátrico e de responsabilidade do município e do Estado, mas também que essa família possa acompanhar esse paciente, dar assistência e se necessário se esse paciente está trazendo risco para toda equipe ou para família deve ser convocado o Samu para levá-lo até uma unidade pronto atendimento”, reforçou.
A secretária finalizou o pronunciamento pedindo empatia pela equipe de saúde da unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF), pois já sofreram pela pandemia da Covid-19 e agora os funcionários estão extremamente fragilizados pelo ato acontecido.
“Essa semana tomamos a decisão de não abrir a unidade de saúde, eles estão sendo acompanhados por um psicólogo e por médicos. Estamos dando todo esse apoio esse suporte a essa equipe. Gostaria muito que todos se colocassem no lugar e ao tecer comentários entendessem que realmente se trata de um problema de saúde pública, um paciente que se encontrava em surto psicótico e não o mau atendimento dessa equipe como muito destacaram diante da fatalidade”.
A gestão está tomando providências como a ampliação da atividade delegada o qual o município já está em vigência na UPA. A unidade onde aconteceu a tragédia terá o apoio de policiais militares, além do aumento de ronda nas unidades. A Saúde do município passará por um processo de contratação de segurança, além da compra das câmeras também de segurança.
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