O empresário José Marilson da Silva, ex-sócio-proprietário da empresa Simples IP responsável pela montagem do sistema de interceptações telefônicas, afirmou nesta terça-feira (20.02) que militares ficaram devendo por desenvolvimento do sistema e que desconhecia a existência de escutas ilegais.
A declaração foi realizada durante depoimento ao juiz Murilo Moura Mesquita, da 11ª Vara Criminal Militar.
Em depoimento, ele disse que o cabo Gerson Corrêa o procurou em outubro de 2014 e que existia interesse do Comando da Polícia Militar de Mato Grosso em desenvolver um sistema de interceptação telefônica para Cuiabá e Várzea Grande, para investigação de crimes comuns. Na época, a PM utilizava o sistema Guardião, mas estaria interessado em um usar um sistema próprio.
José Marilson disse que se interessou em desenvolver o sistema, e que após quatro meses, mais precisamente em fevereiro de 2015 apresentou uma primeira versão do sistema Sentinela. Ele relatou que o sistema foi desenvolvido para que apenas chips da operadora fossem necessários, dispensando assim a utilização de linhas fixas.
Segundo ele, o equipamento, que custou aproximadamente R$ 60 mil, foi montado em um escritório no Edifício Master, localizado na avenida Barão de Melgaço, e que o mesmo funcionou no local até novembro de 2015. Posteriormente, o sistema foi levado para uma sala da empresa Titânia Telecom.
Sobre o pagamento do sistema, o empresário disse que Gerson repassou um cheque do coronel Evandro Lesco no R$ 24 mil, porém, o restante do valor R$ 36 mil, nunca foram pagos pelos militares. Além disso, ele negou que cabo Gerson Corrêa tenha efetuado qualquer depósito financeiro em sua conta bancária, e que nunca teve qualquer contato com Evandro Lesco relacionado ao sistema.
Marilson negou ainda que tenha retirado o Sentinela da sala da empresa Titânia, e afirma que o recolhimento do sistema foi realizado pelo cabo Gerson. “O Gerson que retirou o equipamento da sala da empresa Titânia”, disse.
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