O diretor-geral da Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (Limpurb), Júnior Leite, pediu conscientização e alertou para a necessidade de separação dos resíduos antes de serem jogados em caçambas destinadas para resto da construção civil. A declaração foi durante entrevista ao sobre a recente paralisação dos empresários do ramo de caçamba, em Cuiabá.
“Primeiro: a população contrata esse tipo de serviço, é preciso observar se a empresa tem certificado, a legalização e também o alvará de funcionamento. Precisa se informar o que pode ser jogado na caçamba, porque o cidadão acha que ao contratar uma caçamba ele pode jogar bicho morto, lixo residencial e não pode. As caçambas de resíduos industriais são destinados exclusivamente para resto de construção civil, com exceção destes dois: o gesso e o amianto. Você que contrata o serviço é preciso separar”, alertou Júnior Leite.
O cidadão acha que ao contratar uma caçamba ele pode jogar bicho morto, lixo residencial e não pode
Leite esclareceu que a empresa Eco Ambiental tem autorização para receber os resíduos industriais, ou seja, da construção civil. Porém, não tem licença para receber gesso e amianto (material usado em telhas e caixa de água), que é um produto cancerígeno.
Júnior Leite esclareceu ainda, que os últimos resíduos citados, a Orizon/Ecoparque Pantanal e Máxima Ambiental são autorizadas para o recebimento. Ainda segundo o diretor, o descarte irregular é responsável por parte dos bolsões de lixo e córregos entupidos na Capital.
“Hoje em Cuiabá aproximadamente 400 caçambas são destinadas de forma irregular por dia, ou seja, quando você vê um bolsão de lixo, quando você vê um córrego entupido, quando você vê uma boca de lobo entupida, boa parte da responsabilidade deste acontecimento é do transporte de resíduos de construção civil, aqui não estou generalizando, existem os bons, mas existem aqueles que fazem o descarte de forma irregular”, afirmou o diretor da Limpurb.
Um dos problemas que causou a paralisação, segundo Júnior Leite, foi a exigência do Controle de Transporte de Resíduos (CTR) eletrônico. Ele explica que o modelo manual permitia burlar a fiscalização, considerando que o motorista usava o documento durante um mês. Já a mudança para a CTR eletrônica, permite rastrear para onde está indo à caçamba e para onde está sendo jogado, desde o momento que ele retira do ponto de coleta, até o momento que ele destina para o local adequado, seja para Eco Ambiental, Ecoparque Pantanal e Máxima Ambiental.
“Isso é que deu a paralisação, na verdade, porque eles queriam que continuasse sendo feito de forma manual e isso, entramos em comum acordo, o Ministério Público também participou, o Tribunal de Contas, a Sema, a Câmara Municipal, a Assembleia Legislativa também participou, e foi definido que vai continuar sendo a CTR eletrônica para podermos ter mais controle dessas caçambas retiradas das áreas de construção”, afirmou Leite.
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Além da Limpurb, o transporte e gerador dos resíduos são fiscalizados pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (SORP) e também pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente – DEMA. “Evidentemente, que não temos braços para chegar em todos, então, com a conscientização desse cidadão, das empresas que fazem as construções (aquele que é o gerador de resíduo) e do transportador é fundamental, para que a gente possa, há quatro mãos, melhorar não só a limpeza da cidade, mas garantir a qualidade do meio ambiente e a saúde do cidadão”, encerrou.
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