O delegado da Delegacia Especializada do Adolescente de Várzea Grande (DEA/VG), Nilson Farias, afirmou durante entrevista ao programa No Ar, conduzido pelo jornalista Geraldo Araújo, nesta terça-feira (22.11), que concorda com o ministro Luis Felipe Salomão, em determinar que os juízos da infância adotem providências contra eventuais violações dos direitos das crianças e adolescentes nas manifestações.
Na última quinta-feira (17.11), quando iniciaram os novos bloqueios nas rodovias, o corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luis Felipe Salomão, determinou que os juízos da infância de todo o país adotem providências contra eventuais violações dos direitos das crianças e adolescentes nos acampamentos montados em frente a quartéis do Exército por manifestantes antidemocráticos insatisfeitos com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o delegado, no Estado não foi identificado nenhum caso envolvendo menores em manifestações até o momento, mas garantiu que se houver, se a Polícia Militar que faz o primeiro atendimento identificar, com certeza as investigações estão feitas por parte da equipe da Polícia Judiciária Civil (PJC).
Ele citou infelizes episódios de incêndios e agressões que ocorreram em alguns trechos de rodovias bloqueadas de Mato Grosso, e alertou que as autoridades, assim como os responsáveis, precisam cuidar dos jovens.
“A manifestação é livre, mas a partir do momento que você começa a fazer um bloqueio, nós estamos falando de subversão da ordem, aí estamos entrando na seara criminal. E é isso que tem de ser evitado, até porque um adulto que se utiliza de um menor, ele pratica corrupção de menores, então sendo crime, a Polícia Civil vai atuar de forma investigativa”, enfatizou.
Nilson declarou que não concorda com os bloqueios que estão ocorrendo nas estradas do Estado, e afirmou que o direito de ir e vir é do cidadão. Segundo ele, manifestar também é um direito do cidadão, mas todos devem respeitar uns aos outros - "O meu direito termina onde começa o seu".
“Penso que o Brasil lutou tanto por uma democracia, por diretas já, problema é quem não conhece a história. Mas nós lutamos por democracia, mas democracia de forma pacifica. Não adianta querer ganhar nada limitando o direito de ir e vir do outro. Eu entendo que a democracia é, que se houve alguma irregularidade, proteste, faça documentos, mas de forma pacifica, ordeira, sem limitar o direito do outro”, concluiu o delegado Nilson Farias.
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