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Cidades Sábado, 20 de Maio de 2023, 09:08 - A | A

Sábado, 20 de Maio de 2023, 09h:08 - A | A

cuiabana

Com apoio técnico do Ministério das Mulheres, pesquisadora promove empreendedorismo feminino

Enquanto pesquisadora do Ministério das Mulheres, Daniele Romanin lamentou os seis anos de tristeza e sem espaço para a voz pública da mulher

Adriana Assunção/VGN

A mestre em contabilidade gerencial, Daniele Romanin destacou em entrevista ao a alegria e os desafios como pesquisadora e apoio técnico das políticas públicas do Ministério das Mulheres no Governo Lula (PT). A pesquisadora cuiabana, que defende a "libertação" das mulheres oprimidas no ciclo da violência doméstica por meio do empreendedorismo, foi convidada para compor a defesa ministerial após ter seu artigo científico, voltado para cotas de mulheres nos Conselhos Administrativos, reconhecido internacionalmente.

“Eu defendo cotas para as mulheres, defendo o quesito igualitário em relação à entrada da mulher no mercado de trabalho e também ao salário. Ele (Lula) tem essa defesa. Eu tive um artigo científico que foi publicado e premiado em vários Congressos e chamou atenção. Eles me procuraram por essa publicação que teve uma importância internacional, para que assinasse a pauta de defesa da criação do Ministério das Mulheres. Então, foi assim que começou”, declarou a profissional.

Daniele lembra que convite para assinar a criação do Ministério das Mulheres veio em um período desafiador, quando ainda estava gestante. Entre os incentivadores, estavam seus orientadores, que chamaram atenção para a necessidade de mais mulheres pesquisadoras atuando no Brasil. “Meu filho nasceu, eu estava escrevendo esse artigo científico e quem me impulsionou foi inclusive os meus orientadores homens, eles diziam: Dani vai, vai porque precisa de mais mulheres pesquisadoras neste país”, lembrou.

Contudo, a defesa do Ministério das Mulheres era ainda uma expectativa, que dependia da eleição do então candidato Lula e se tornou possível somente em janeiro de 2023. Daniele Romanin afirmou que foi convidada por representantes que defendiam pautas femininas e precisavam de mulheres pesquisadoras.

“Estávamos nessa preparação. O partido político, que é o PT, tinha o interesse em trabalhar politicas públicas voltadas para as mulheres. Eles me procuraram e avisaram, caso ganhassem, daria entrada no Ministério das Mulheres, na defesa do Ministério: queremos que você seja uma de nossas pesquisadoras e apoio técnico científico nessa pauta” relembrou a pesquisadora.

Romanin não esconde o sorriso ao manifestar que recebeu o convite com muita felicidade. Enquanto pesquisadora do Ministério das Mulheres, Daniele Romanin lamentou os seis anos de tristeza e sem espaço para a voz pública da mulher. “Éramos mais do que submissas, não éramos escutadas, tanto que isso reflete hoje em índices do quanto a mulher é agredida, o quanto estão nos matando. Eu fiquei muito feliz por poder fazer a diferença, dentro desse universo feminino e também representar como mato-grossense, como cuiabana”, declarou.

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MAIOR DESAFIO

Daniele Romanin, que também é coordenadora do curso de Ciências Contábeis do UNIVAG, avaliou que o maior desafio enquanto pesquisadora é fazer a mulher compreender que existe sim um espaço no mercado para ela, bem como, é possível a libertação por meio do empreendedorismo. Como profissional da área contábil, Daniele espera mostrar o caminho as mulheres e orientá-las tecnicamente como começar a empreender e conquistar independência financeira.

“A minha visão hoje, pautadas em pesquisas científicas, é que a mulher precisa se libertar financeiramente. Que ela possa empreender por meio de muita orientação técnica de profissionais, da área contábil, administrativo e jurídico. Que possa auxiliá-la para sair daquele reduto de opressão”, declarou Daniele.

Segundo a pesquisadora, neste primeiro semestre, está reunindo dados científicos, começando alguns artigos e se preparando para transformar em projetos sociais para população. “Estamos recebendo mulheres que estão dispostas a apoiar esse incentivo ao conhecimento. Esse incentivo ao empreendedorismo, para no segundo semestre, começar um projeto específico para o empreendedorismo em nossa região.”

Segundo Daniele Romanin, o primeiro passo da pesquisa é entender quantas mulheres Mato Grosso têm em risco, que conhecimento técnico é preciso, quais os incentivos existes ao empreendedorismo como políticas públicas e quais são as linhas ofertadas em projetos de investimento para todas as mulheres do Estado.

“Mato Grosso já tem projetos específicos junto a Secretaria de Fazenda que auxiliam o empreendedorismo feminino, mas como pesquisadora, queremos saber o quanto isso de fato está divulgado. Queremos saber o quanto as mulheres sabem, por exemplo, ela trabalha com pães, com bolachas, podemos ajudá-las como expandir o negócio, como ter acesso aos recursos de investimentos”, declarou Romanin.

FEMINICÍDIO

Romanin relatou ao , que já esteve inserida em um contexto de agressão e lembra que precisou de apoio psicológico para recuperar. Ela também chamou atenção para violência psicológica, afirmando ser o início do processo de agressão que acaba no feminicídio.

“Eu sou a prova viva de uma mulher recuperada. Eu precisei passar por apoio psicológico, para sair de dentro desse contexto de violência. Não são apenas agressões físicas, as agressões psicológicas são as mais silenciosas, são as que de fato destroem todas as forças que uma mulher tem.”

Segundo Daniele Romanin, o Ministério das Mulheres já está com apoio técnico policial em relação à proteção da figura, com números específicos para denúncias e todo apoio que permita o pedido de socorro. Ela afirma que os últimos casos de feminicídio em Mato Grosso choraram exatamente porque houve denúncias por parte das mulheres.

“A agressão psicológica apreende a mulher, repreende, depois vem agressão física e depois vem o feminicídio. E hoje, todos os dias, recebemos comunicados horríveis acontecendo com as nossas meninas e as nossas mulheres. Mato Grosso está em uma pauta alarmante em relação aos índices. Estamos na ponta, somos o terceiro ou quarto entre os Estado, em relação à agressão contra a figura feminina, em relação ao feminicídio”, lamentou.

 

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