O Ministério da Saúde anunciou nessa terça-feira (24.01) que em fevereiro irá iniciar a distribuição de 150 mil testes rápidos para o diagnóstico da hanseníase pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O anúncio foi feito durante a cerimônia de abertura do seminário “Hanseníase no Brasil: da evidência à prática”. A entrega dos testes coloca o Brasil como primeiro país no mundo a ofertar insumos para a detecção da doença na rede pública.
“Hoje, o Ministério da Saúde anuncia a entrega dos testes que são fruto de pesquisas realizadas por instituições brasileiras. O teste rápido pela Universidade Federal de Goiás e o PCR pela Fiocruz e Institutos de Biologia Molecular do Paraná”, explicou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacando a importância da iniciativa.
Serão distribuídos dois tipos: o teste rápido (sorológico) e teste de biologia molecular (qPCR). Um terceiro tipo de teste de biologia molecular (PCR) também será distribuído pelo SUS e vai auxiliar na detecção da resistência a antimicrobianos. Os testes terão destinos às pessoas que tiveram contato próximo e prolongado com casos confirmados da doença
Em 2022, mais de 17 mil novos casos foram diagnosticados no país, conforme levantamento preliminar realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde. Devido à alta quantidade de registros anuais, a doença ainda é considerada um problema de saúde pública e a pasta estabelece como medida obrigatória o aviso compulsório e investigação dos casos suspeitos.
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A ministra reforça a importância de combater a desinformação e o preconceito, e enfatizou que a hanseníase é uma doença curável.
A Estratégia Nacional para Enfrentamento à hanseníase 2023-2030 apresenta a visão de um Brasil sem a doença. Visto isso, é encorajado e apoiado que os 75,03% dos municípios do país com casos notificados no período de 2015 e 2019 intensifiquem as ações de enfrentamento, buscando envolver os setores de saúde, educação social, bem como incentivo aos 24,97% dos municípios que não apresentaram casos a adotar medidas específicas para aprimoramento da vigilância em saúde e para a prevenção de incapacidades físicas decorrentes da hanseníase. O documento faz parte de uma construção tripartite, com a participação de diferentes entidades do setor, e busca apoiar as ações de luta contra a hanseníase.
A hanseníase é uma doença causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Infecciosa e de evolução crônica, ela atinge principalmente os nervos periféricos, a pele e as mucosas. A infecção pode causar lesões neurais, danos irreversíveis e depende de um diagnóstico precoce para evitar o desenvolvimento de sequelas.
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