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Artigos Terça-feira, 28 de Fevereiro de 2017, 11:33 - A | A

Terça-feira, 28 de Fevereiro de 2017, 11h:33 - A | A

Opinião

Precisamos educar a mente para poder sentir gratidão

                                                                                                                                                            por Emilce Shrividya *

Na Filosofia do Yoga, a gratidão é um princípio muito importante. Somente evoluiremos no caminho espiritual quando sentirmos gratidão.

Vivemos em uma sociedade consumista, individualista, onde o valor da matéria sobrepuja o valor espiritual. Infelizmente, a gratidão que o Yoga nos ensina não é muito cultivada. Muitos acham que são independentes e não precisam de ninguém.

Mas, é bom refletir que estamos todos interligados. Muitos trabalham, estudam e colaboram para o nosso bem-estar. Temos que agradecer a tantas coisas e pessoas.

Primeiro agradecer a nossos pais pela nossa vida e pois a recebemos deles. Não devemos ficar focados ou magoados com os erros deles conosco, mas reconhecer o lado positivo deles. Lembrar-se das coisas boas que recebemos e ver as qualidades tanto da mãe quanto do pai. Sem sentir essa gratidão aos pais, não crescemos emocionalmente nem espiritualmente.

Precisamos educar nosso cérebro e mente para sentir gratidão e lembrar os bons momentos do passado. Devemos manter as boas lembranças e não ficar mantendo as lembranças ruins ou o que nos desagradou.

A neurociência explica que nosso cérebro registra, armazena, recorda e reage de preferência às situações desagradáveis, para assim aprendermos a nos defendermos do que nos provoca dor ou algum sofrimento. Por causa dessa tendência do cérebro, precisamos de autoesforço para "interiorizarmos as experiências positivas e cicatrizarmos as negativas".

Temos que aprender a lidar positivamente com a tristeza e acontecimentos ruins, sem atitude de vítima. Aceitar com sabedoria o que não pudemos mudar e mudar o que for possível para sairmos do sofrimento.

Devemos desenvolver a empatia e compaixão. Empatia é quando somos capazes de sentir o que o outro sente. Sentir compaixão é quando nos colocamos no lugar do outro e nos mobilizamos para ajudá-lo a sair do sofrimento.

É fácil sentir compaixão e perdão por quem gostamos. Mas o Yoga nos ensina que devemos praticar a paciência, compaixão e perdão por aqueles que não gostamos. Não é uma tarefa fácil, mas é necessária para nossa evolução. E temos que compreender que se não fosse por essas pessoas de difícil relacionamento, não poderíamos desenvolver essas nobres qualidades em nosso interior.

Um poeta alemão disse:" Amar é bom, embora o amor seja difícil. É muito difícil para um ser humano amar outro ser humano. Esta é talvez a mais difícil de todas as nossas tarefas - o derradeiro, o último teste e prova, o trabalho para o qual todos os outros trabalhos nada mais foram que preparação".

O trabalho de nossa vida é uma preparação para a experiência do amor. Sem amor, a vida se torna árida, sem graça. Quem desiste de amar e de viver, se torna egoísta, mesquinho, deprimido. Se não vivenciarmos o amor, tudo que nos cerca também morre. Os animais, as plantas, árvores, pássaros, tudo morre devido a essa falta de amor.

Como disse Jesus: "Ame ao próximo como a si mesmo." Ele também nos ensinou a perdoar nossos inimigos. Ao perdoar, agradecer e sentir compaixão, expandimos o amor, e podemos ajudar a nós mesmos e aos outros.

Objetivo de viver

O verdadeiro objetivo da vida é desenvolver amor por nós mesmos, pelos familiares, amigos, conhecidos e não guardar mágoas e raiva dos supostos "inimigos". Temos que abrir nossos corações tanto para uma criança lá longe na África, como para as pessoas mais próximas nas situações cotidianas. Sentir gratidão pelo serviço dos funcionários, da empregada doméstica,do zelador, taxista, da caixa das lojas, pelos colegas de trabalho.

O desenvolvimento das qualidades como generosidade, gentileza, tolerância, paciência, humildade, compreensão qualidades é que faz florescer o amor em nossos corações.

Como diz o Yoga, amor no princípio, no meio e no final. Esse amor nos fortalece em nossa caminhada diária e espiritual.

Como disse o grande escritor Dostoievsky: "Ame toda a criação de Deus, todo e cada grão de areia. Ame cada folha, cada raio de luz. Ame os animais, ame as plantas, ame cada coisa distinta. Se amar todas as coisas, perceberá o mistério de Deus em tudo. E, a partir do momento em que perceber isso, você terá a cada dia, uma compreensão maior, até finalmente amar o mundo inteiro, com um amor total e universal".

Vamos assumir o compromisso de nos esforçamos diariamente, ao menos por alguns momentos, de experimentar o amor, livre de egoísmo, livre de apego, livre de expectativas. Amor que é respeito, compaixão e bondade. Namaste! Deus que habita em mim reverencia Deus que habita em você! Fique paz!

Emilce Shrividya é formada em Yoga pela Federação de Yoga do Brasil e Centro de Estudos de Yoga Narayana/S.P.

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