Por Rosildo Barcellos*
Silenciosa, incapacitante, podendo ser letal, a “pressão alta” atinge cerca de 30% da população brasileira, conforme dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A incidência de hipertensão está ligada a fatores de risco como obesidade, tabagismo, consumo excessivo de bebida alcoólica, estresse e hereditariedade. Pessoas hipertensas que não fazem o tratamento adequado podem desencadear aneurismas, infartos de miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e ataques cardíacos. A pressão alta é um mal crônico e assintomático na maioria da população, capaz de causar lesões irreversíveis em diferentes órgãos. Não é à toa, que a questão é conhecida como ‘assassina silenciosa’.
A tensão acima da média, de um cidadão, sem submissão a um esforço físico ou estresse social, medida com fundamento de ação nos vasos sanguíneos é chamada hipertensão. A hipertensão não controlada, ou não tratada, aumenta o risco de desenvolver insuficiência cardíaca de duas formas:
a) causa estreitamento, constrição e aumento da resistência nos vasos sanguíneos, incluindo os que alimentam o coração, levando a uma redução do fluxo para o músculo cardíaco que pode enfraquecer ou lesionar o coração.
b) aumenta o volume de trabalho do coração. Quando a tensão arterial é demasiado alta, o coração tem de bombear com mais força do que o normal para manter o sangue em circulação. Para lidar com o aumento da tensão, o músculo cardíaco engrossa e torna-se maior para compensar. No entanto, este trabalho extra, pode eventualmente, levar o coração a não conseguir bombear com a força necessária (descompensação) e levar a insuficiência cardíaca sintomática.
Se porventura, lhe for diagnosticada insuficiência cardíaca, é importante continuar a monitorizar a sua tensão arterial. A tensão arterial a qual precisamos ter um cuidado maior reside em valores acima de 150/80 mmHg e provavelmente terá a tendência de tornar a sua função cardíaca irregular, e aumentar os sintomas a ponto de requerer tratamento. É importante ressaltar que filhos de pais hipertensos têm uma pré-disposição maior à pressão alta, com 25% de chance de desenvolver a doença ao longo da vida Os medicamentos utilizados para tratar a insuficiência cardíaca geralmente reduzem a tensão arterial, sendo estes medicamentos recomendados primeiro. Se a tensão arterial ainda estiver descontrolada, há vários medicamentos adicionais que podem ser utilizados.
As famílias de medicamentos que atualmente estão sendo usadas no Brasil, incluem os inibidores de enzima de conversão de angiotensina (ECA). Bloqueadores dos receptores de angiotensina (ARA), betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio, inibidor da neprisilina (ARNI), Antagonistas de receptor de mineralcorticóide (Aldosterona) e os tiazídicos. Por fim, procure aferir com alguma regularidade sua “pressão” e no indicativo de alteração, busque um atendimento de um profissional de saúde, que o orientará no melhor encaminhamento de tratamento, para seu caso específico. Com o tratamento sua qualidade de vida poderá seguir em um considerável ritmo de regularidade e tranquilidade.
*Rosildo Barcellos é membro da Academia Brasileira de Educação, Ciência e Cultura - ABECC
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