por Carla Helena Grings Sabo Mendes*
O Pantanal está em luto. Morreram nos últimos dias, milhares de animais silvestres decorrentes dos incêndios que acometem a região do Pantanal mato-grossense e sul mato-grossense.
Foram encontradas diversas espécies que morreram queimadas e intoxicadas devido às fumaças e pelas altas temperaturas. Entres eles, se destacam os animais vertebrados, incluindo mamíferos, répteis e aves, entre outros que não conseguiram fugir do fogo.
A flora e a fauna do Pantanal se encontram em LUTO. É lamentável tal situação, mais grave ainda, é saber que Cuiabá/Mato Grosso não possui sequer um hospital especializado em atendimento para animais silvestres. Para onde e o que está sendo feito com os animais que sofreram queimaduras?
Pasmem, eutanásia para abreviar o sofrimento de animais afetados pelo fogo e seca são comuns no dia a dia dos profissionais de resgate. Por que MT ainda não possui um hospital veterinário para tratar animais silvestres?
O Pantanal é um bioma extremamente rico quando se refere à fauna brasileira, abrigando grande parte dos animais existentes no Brasil. Tal fato ocorre devido ao Pantanal sofrer influência de três grandes biomas brasileiros: Floresta Amazônica, Cerrado e Mata Atlântica, possuindo ainda algumas áreas com resquícios da Caatinga.
Também conhecido como reino das águas, o Pantanal abriga 263 espécies de peixes, 122 de mamíferos, 93 de répteis, 656 de aves e 1.032 de borboletas.
Após pesquisa no Google tive conhecimento que em 30/08/2020 foi inaugurado um Posto de Atendimento a Animais Silvestres (PAEAS), localizado no quilômetro 17 da rodovia Transpantaneira, que liga Poconé a Porte Jofre, se utilizando da infraestrutura do Posto Fiscal da rodovia, a qual conta com uma médica veterinária e o apoio do Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental (BPMPA), Corpo de Bombeiro Militar (CBMMT), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e voluntários, conforme informações do site da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Estado de Mato Grosso.
No ano de 2020 foram destruídos pelo fogo, 4,5 milhões de hectares e quase 17 milhões de vertebrados e até hoje podem ser encontradas árvores queimadas ao lado de vegetações novas.
Todo ano esta novela se repete e por que até hoje não estamos preparamos para enfrentar este período de seca, e altíssimas temperaturas? O Observatório Europeu Copernicus (Serviço do Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia) já havia anunciado que provavelmente o ano de 2023, seria o ano mais quente da história.
O Pantanal é considerado pela UNESCO, Patrimônio Natural e Reserva da Biosfera Mundial. Já as Nações Unidas reconhece o Pantanal como Patrimônio Natural da Humanidade. É nossa obrigação cuidar e preservar este santuário para as futuras gerações, sendo de suma importância, que as autoridades competentes fiquem atentas de modo permanente, para que vidas sejam preservadas e voltem a reinar no Pantanal.
*Carla Helena Grings Sabo Mendes, advogada, Especialista em Direito Agroambiental pela UFMT e Mestranda em Ciências Jurídicas e Políticas pela UPT - Universidade Portucalense – Infante D. Henrique, Porto - Portugal
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