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Artigos Quinta-feira, 26 de Março de 2020, 16:59 - A | A

Quinta-feira, 26 de Março de 2020, 16h:59 - A | A

Junior Macagnam*

Grupo de risco da economia não tem idade

por Junior Macagnam*

Os impactos causados pelo coronavírus mostram ao mundo inteiro que não é só a saúde que será gravemente afetada. A economia global já acusa o forte golpe desferido pela pandemia e especialistas projetam meses difíceis pela frente. Isso porque, as medidas tomadas para contenção do Covid-19, como o fechamento do comércio e a suspensão de várias atividades econômicas serão sentidas por muito mais tempo na economia brasileira e mundial.

Desde janeiro, quanto o vírus ainda não afetava a rotina dos brasileiros, as análises sobre o reflexo do surto na economia do país apontavam para um cenário cada vez mais negativo. Em fevereiro, o governo federal falava em impacto de menos de 1 ponto percentual no crescimento previsto para o Produto Interno Bruto (PIB), que era em torno de 2%, para 2020. Na última semana, a realidade se mostrou mais cruel e o governo cortou sua projeção oficial de 2,1% para 0,02%. Nesta quinta-feira (26/03), o Banco Central do Brasil zerou a expectativa de crescimento da economia para este ano.

Diferentemente do coronavírus, na economia o grupo de risco não escolhe faixa etária. Todos são atingidos de alguma forma. Para que a população sinta o mínimo possível deste impacto é esperado que nossos governantes sejam atuantes e tenham a autonomia para tomar decisões difíceis, e até mesmo cortar da própria carne para amenizar os efeitos da crise sobre a população mais vulnerável.

É claro que nem todos estão sendo atingidos da mesma maneira. Indústrias de alimentos e bebidas, por exemplo, não precisam de prorrogação no pagamento de impostos. As vendas aumentaram. Países e Estados que dependem da venda de matérias-primas, como o Brasil e Mato Grosso, estão em uma situação delicada.

Micro e pequenas empresas, que segundo levantamento divulgados pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec-MT) no fim do ano passado, geram 59% das vagas de trabalho em Mato Grosso sofrem mais. São mais de 87 mil estabelecimentos que empregam quase meio milhão de pessoas, e que em sua maioria precisarão de medidas que ajudem na sobrevivência nos próximos meses.

Assim, as lideranças destes setores se movimentam e tentam buscar soluções que diminuam os prejuízos e estudam ações que deixem o futuro um pouco menos sombrio para aqueles que realmente precisam.

Entidades como a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (FECOMÉRCIO) enviaram ofício ao governo do Estado e à prefeitura de Cuiabá com a sugestão de um pacote de medidas que visam a manutenção dos empregos e dissolver ao máximo o risco de demissões.

As entidades solicitam ainda o adiamento e a suspensão de alguns tributos, que dariam fôlego ao setor neste momento. Sugerem alternativas de receita ao Poder Executivo estadual e municipal entre elas a reforma administrativa, o cancelamento do pagamento das Verbas Indenizatórias em todos os poderes e o congelamento do pagamento da RGA por dois anos. O governo pode mostrar que as necessidades da população é sua prioridade, mas para isso será preciso cortar da própria carne, algo que poucas vezes aconteceu até aqui. Afinal não estamos falando de vidas versus economia e sim vidas versus vidas.

*Junior Macagnam é empreendedor, liberal e presidente do Sincalco

Brasil unido pelo Rio Grande do Sul

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