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Artigos Quinta-feira, 18 de Novembro de 2021, 10:27 - A | A

Quinta-feira, 18 de Novembro de 2021, 10h:27 - A | A

Gilson Joaquim Soares*

Eleições OAB X Eleições cristã – Minhas experiências

por Gilson Joaquim Soares*

Há mais de 10 anos resolvi doar parte do meu tempo ajudando o próximo, então ingressei como servo da Renovação Carismática Católica no intuito de concretizar meus anseios.

Na vida cristã, descobri que tanto na igreja como em qualquer grande organização é essencial a realização de eleições de líderes para planejar e garantir a execução dos projetos e ações.

Apesar do pouco tempo de caminhada, fui eleito para os mais diversos cargos e funções na igreja católica, a exemplo: Coordenador de Grupos de Oração; Tesoureiro da Comunidade São Joao Batista-Paroquia São Sebastião; Dirigente (grupo dos 5) do ECC (Encontro de Casais em Cristo). Atualmente fui eleito para Coordenador da Pastoral da Catequese da minha comunidade; fui escolhido para ser Coordenador Paroquial de Formação e membro do núcleo do ministério Fé e Política, ambos pela RCC da arquidiocese de Cuiabá; sou o atual formador dos catequistas do setor Santa Terezinha, que é composto por cinco comunidades da paróquia São Sebastião. Por ética cristã e respeito aos atuais coordenadores, não divulgarei outros cargos que fui eleito e não pude assumir.

Diante da intensa e atuante dedicação dentro das pastorais e movimentos, posso explanar minha experiência nas eleições dentro da igreja Católica Apostólica Romana da minha região.

Antes de adentrar no tema, é necessário abrir um parêntese e registrar que sou formado em Direito há mais de 10 anos e atuo diariamente nos fóruns do nosso Estado como advogado trabalhista.

Nas reflexões, entendi que minha missão cristã pode avançar a passos largos dedicando também dentro da OAB, unindo o essencial ao agradável. Se assim fizer e vou fazer, posso continuar meu trabalho em prol do próximo sem distanciar da minha profissão. Explico: É consenso afirmar que diariamente os cidadãos são humilhados e injustiçados por “figurões” com poder econômico ou social, e muitas vezes a única e última alternativa é depositar toda sua dor, apreensão, esperança e expectativa nas mãos dos advogados.

Sabemos que nossas faculdades não preparam totalmente os jovens advogados para enfrentar os percalços da profissão. Até mesmo os advogados mais experientes encontram resistência e dificuldades ao advogar, seja por burocracia ou abuso de poder de outras autoridades. Diante disso, é ponto pacífico que todos devemos atuar em prol de uma advocacia unida e mais forte para garantir com equilíbrio e justiça os direitos dessa população carente e injustiçada.

Como a nova missão bate, grita e chuta a minha porta, decidi abraçar a oportunidade e aceitar o convite do dr. Rodrigo Araújo para participar como Delegado da Caixa de assistência neste pleito eleitoral da OAB pela subseção de Várzea Grande.

O cargo de Delegado alegrou meu coração, pois vai ao encontro aos meus planos e princípios, onde posso buscar parcerias com creches, escolas, clínicas, farmácias, entre outros, bem como promover eventos esportivos, sociais e profissionais para integralização e formação da nossa categoria. Enfim, advogados qualificados e bem assistidos estarão aptos a defender os direitos da população sofrida. Isso sem entrar no mérito que teremos força para cobrar das autoridades políticas públicas deficitárias da cidade e região que atingem diretamente a população carente, como água, esgoto, saúde, educação e transporte.

Após esta introdução, prossigo esclarecendo que apesar de ser minha primeira experiência nas eleições da OAB, é possível observar as semelhanças e as diferenças entre eleições que acontecem na igreja Católica.

Uma das semelhanças é o serviço gratuito a categoria, tendo que dividir o tempo entre seu serviço profissional e a missão assumida, sem contrapartida remuneratória.

Outra similaridade são os métodos dos eleitos para a missão/função, assume o “cargo” a pessoa ou o grupo que receber a maior quantidade de votos, salvo raras exceções, como os cargos de indicações.

Já as diferenças são inúmeras e quero destacar algumas. A primeira que apontarei são a forma de chegar aos nomes dos candidatos. Para estar apto a ser votado na OAB, os interessados formam sua diretoria e registram suas chapas para o pleito, podendo ter várias chapas inscritas, e ganha aquela que conquistar mais votos.

Na igreja, ninguém se lança como candidato, pois todos os membros das pastorais e movimentos estão aptos a votarem e serem votados, desde que preencha alguns requisitos, como ter uma reputação ilibada, ser cristão praticante, ter um singelo conhecimento da função e em alguns casos, tempo de serviço no movimento ou pastoral. Enfim, na prática, todos votam entre si e ganha aquele que tiver mais votos, podendo ter “segundo turno” entre os dois mais votados. É necessário que o eleito aceite a missão, sob pena do segundo colocado ser convocado, assim sucessivamente até chegar no eleito, ou ter novas eleições. Depois de tudo isso, ele passa a montar sua equipe de trabalho, lembrando que não é obrigado a votar.

Umas das principais diferenças está no período que antecipa as eleições. Na igreja, os membros e potenciais candidatos não pedem votos ou fazem campanha política, ao contrário, normalmente rezam com muito amor por todos, e independentemente do resultado, todos ficam felizes e geralmente se colocam à disposição do eleito.

Já na OAB é muito diferente, cada chapa inscrita utiliza de sua estratégia para conquistar cada voto dos advogados aptos. Isso mesmo, não basta ser advogado, tem que estar com sua anuidade em dia para votar. O voto é obrigatório, sob pena de pagar multa. Ganha a chapa que conquistar mais votos.

A experiência que estou vivenciando na pré-campanha dessas eleições transformou minha vida em um misto de emoções, que ora me alegro, ora me entristeço. Digo isso porque este é um momento mágico em minha vida, formamos uma equipe pautada pela ética, responsabilidade e dedicação profissional, da qual fomos batizados como CHAPA 10. Nem nos meus melhores sonhos podia imaginar que não seríamos apenas uma equipe, e sim amigos e respeitosos irmãos. Sou grato pela nova família que formamos, pois, o tempo vem fortalecendo a admiração um pelo outro. Nossas compatibilidades de ideias e sonhos andam de mãos dadas e isso é mágico. A cada dia que passa, a cada visita, a cada telefonema, encontramos colegas que acreditam neste projeto e aumentamos ainda mais esta família. Independentemente do resultado já somos vencedores, pois descobrimos valorosos amigos da qual vamos levar para a vida inteira.
Acontece que nem tudo são flores e existe a parte triste. Já deparei com algumas decepções, inclusive, vindo de pessoas de renome da qual estimo o mais alto respeito e admiração. Entendo que nem todos conseguem enxergar esta oportunidade como missão de Deus, e passam a colocar seus interesses pessoais acima da moral e ética. Atacam familiares e componentes da chapa adversária com argumentos rasteiros e mentirosos, inclusive com discursos incoerentes, tudo em prol de um projeto de poder pessoal.
Tenho refletido se vale a pena sujar a própria reputação que foi construída com muitos esforços e dedicações, inclusive se distanciando de colegas que sempre os admirou por pura politicagem? Respondo. Não vale a pena.

Quero terminar este pleito de cabeça erguida e independente do resultado vou parabenizar o vencedor (a) e me colocar à disposição. Tenho a convicção que minha atuação nessa campanha foi com amor e respeito a todos os colegas e não precisarei trocar de calçada para evitar o olho no olho dos colegas, ou disfarçar com sorrisos amarelos.

Se todos estivessem realmente interessados em colaborar com a categoria, as campanhas seriam pautadas apenas com propostas, sem tentativas rasteiras de destruir reputações, até mesmo porque, todos têm seus valores e seus defeitos, e no final, nos uniríamos para conquistar as melhorias que a classe tanto almeja.

Se eleito for quero acolher cada colega independente de quem estava apoiando ou do tempo que se ausentou da OAB, pois sempre é hora de unir e começar.

Termino pedindo a Deus que fortaleça os componentes da minha chapa para que superem os ataques que ainda virão e continue amando seus ofensores. Também peço a Deus que ilumine os corações dos nossos adversários para que entendam que não somos seus inimigos e que buscamos um só objetivo, a melhoria da nossa OABVG e o amor ao próximo. Fiquem com Deus e conto com vossas orações por um mundo de paz e bem.

 

*Gilson Joaquim Soares é advogado, especialista em direito trabalhista

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