Por Juca do Guaraná Filho*
Diversos acontecimentos e eventos foram preponderantes para que a ONU (Organização das Nações Unidas), em 1995, oficializasse o dia 08 de março como o Dia Internacional da Mulher. O empoderamento feminino é uma luta constante que atravessa os séculos e continentes, com avanços e com retrocessos.
Apesar de recuos, em todos os tempos e sociedades, há exemplos de mulheres que desafiaram o machismo, a misoginia, o preconceito racial e o patriarcado.
Para exemplificar temos: Cleópatra (69-30 a.C.) Virginia Woolf (1882-1941) Frida Kahlo (1907 - 1954) Marie Curie (1867-1934) Anne Frank (1929 - 1945) Madre Teresa de Calcutá (1910 - 1997) Simone de Beauvoir (1908 - 1986) Rosa Parks (1913 - 2005).
Não importa como ou quando, essas mulheres, cada uma a seu modo, significaram, tanto no passado como no presente, a luta pela igualdade de gênero no mundo.
De rainha do Egito (Cleópatra) a uma costureira negra (Rosa Parks), essas mulheres deveriam ter suas biografias estudadas em todas as escolas do mundo, e não só como referências locais, como a lavadeira Maria Taquara ou a torcedora Nhá Barbina, a vereadora cuiabana Estevina Couto Abalem ou a lendária escrava, Mãe Bonifácia.
Os desafios são muitos e diversificados, porém quaisquer que sejam eles, a melhor forma de superá-los é por meio da educação de qualidade e da geração de oportunidades. Somente dessa forma será possível garantir a independência e liberdade pelo qual as mulheres lutam.
Tenho o privilégio de presidir o Parlamento Municipal e como negro, de origem humilde, percebo, ainda que de forma incompleta, as dificuldades em empoderar as mulheres. São barreiras culturais, raciais, econômicas e comportamentais. Superá-las é um exercício constante de resiliência e de reflexão, marcado por idas e vindas, todavia, continuamos na luta.
Esta Casa de Leis tem 60% de seus colaboradores, mulheres, e por isso algumas medidas foram implementadas nesta gestão para mitigar a desigualdade e melhorar as condições de trabalho das mulheres servidoras e outras.
Dentre essas medidas, apoiei a aprovação da lei que visa à distribuição de absorvente para estudantes, mulheres em situação de rua e presas em Cuiabá (Projeto da Vereadora Edna). A Câmara participou do Projeto Cuiabá Por Elas, que arrecadou aproximadamente 30 mil absorventes para a ação. Apoiei também a ampliação dos trabalhos da Sala da Mulher, incentivei a doação de cestas para as mulheres cadastradas na patrulha Maria da Penha, onde 28 toneladas de alimentos foram distribuídos.
Além disso, seremos a primeira Câmara de Mato Grosso com sala de aleitamento materno e fraldários em todos os banheiros, para servidores e público externo. É pouco, mas não se faz tudo a um só tempo. Estamos mudando, se não na velocidade que gostaríamos, mas de maneira constante.
Portanto, em nome das parlamentares dessa legislatura, Edna Sampaio (PT), Michelly Alencar (DEM), Maria Avalone (PSDB), Maysa Leão (Cidadania) e de todas as mulheres cuiabanas e mato-grossenses que deixo uma homenagem e, simultaneamente, uma reflexão para o universo feminino, com a música “Maria Maria”, de Milton Nascimento: “Mas é preciso ter manha/ É preciso ter graça/ É preciso ter sonho sempre/ Quem traz na pele essa marca/ Possui a estranha mania/ De ter fé na vida”.
*Por Juca do Guaraná Filho – vereador e presidente da Câmara Municipal de Cuiabá*
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