Por Marina Faiad*
O dia 8 de Março nos oferece a reflexão do quanto as mulheres lutaram por direitos, pelo espaço ainda tímido que atualmente ocupam, por voz na sociedade. Leis e cotas que buscam diminuir a desigualdade de gênero, ações políticas que visam a sonhada igualdade salarial, Leis que visam punir a violência doméstica, violência essa repudiada atualmente, mas que por muitas décadas, era silenciada.
Os avanços são consideráveis, mas longe do ideal. Nós mulheres, formamos a maioria do eleitorado, mas somos minoria no legislativo, mesmo contando com cotas eleitorais. O desiquilíbrio é o que incomoda. Precisamos da vivência feminina, do ponto de vista feminino, para a edição de Leis que reflitam diretamente na busca de uma sociedade inclusiva.
Nós advogadas, somos a maioria na advocacia mato-grossense, com maior número de inscrições na OAB/MT. Mas ainda somos minoria no Tribunal de Justiça. Sofremos constrangimentos em delegacias e presídios, não possuímos a mesma valorização nos honorários, quantas vezes, trocamos de roupa para buscar uma adequação ao formalismo, com receio. Os números escaram essa realidade: 35% das advogadas brasileiras já foram discriminadas pelo seu gênero. 1 em cada três advogadas já foram assediadas sexualmente de acordo com dados da pesquisa global da IBA – Internacional Bar Association, ou seja, 1/3 delas já foram assediadas em fóruns, tribunais ou escritórios.
Segundo o IBGE, nós mulheres, trabalhamos, em média, três horas por semana a mais que os homens, contamos com um nível educacional mais alto, mas ganhamos, em média, 76,5% do rendimento dos homens.
Há muito o que evoluir. Seguiremos resilientes e unidas, em busca de um mundo mais igualitário aos nossos filhos, com equidade de direitos e igualdade de oportunidades. Quando uma mulher avança, todas as mulheres avançam juntas.
Feliz Dia das Mulheres!
*Marina Faiad, advogada, especialista em Direito do Trabalho e Direito de Família, diretora da Escola Superior da Advocacia da OAB/MT 2015/2017, presidente da comissão de direito de família da OAB/MT 2018/2021, conselheira estudual da OAB/MT desde 2019, diretora de aspectos patrimoniais das famílias do IBDFAM/MT desde 2020.
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