por Marcus Cruz*
Todos os anos, no dia 8 de abril, os de chapa e cruz e os paus rodados se reúnem para comemorarem a fundação da cidade em que nasceram ou que escolheram para viver: a “Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá”. É o momento de lembrarmos juntos a história da capital de Mato Grosso, da pólis que está no coração do Brasil e no centro da América. Todos os anos, no dia 8 de abril, os de chapa e cruz e os paus rodados se reúnem para comemorarem a fundação da cidade em que nasceram ou que escolheram para viver: a “Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá”. É o momento de lembrarmos juntos a história da capital de Mato Grosso, da pólis que está no coração do Brasil e no centro da América.
Ao contrário de Funes, o célebre personagem do escritor argentino Jorge Luiz Borges, nossa memória não se recorda de tudo, ela faz escolha, seleciona o que deve se lembrar o que será esquecido. No dia em que Cuiabá completa 304 anos do que devemos nos lembrar?
Dos bandeirantes que adentraram os sertões da América Portuguesa, em busca de riquezas materiais e humanas, expandindo assim as fronteiras dos domínios da Coroa lusitana ajudando a configurar o território da futura nação brasileira?
Das tradições e da existência das populações indígenas que habitavam a região da baixada cuiabana e foram deslocados, escravizados e mortos pela chegada e pela ocupação de homens vindos de longe em busca do ouro de seus rios?
Das mulheres e homens escravizados que foram arrancados de sua terra e de suas famílias para serem trazidos para trabalharem nas lavras descobertas nos limites orientais das terras do Novo Mundo?
No momento em que em nossos lares junto aos nossos familiares e amigos, ou trabalhando aquelas funções e tarefas necessárias ao funcionamento da cidade mesmo em um feriado, ou mesmo batalhando nas ruas sobrevivência diária celebramos o aniversário da cidade em que vivemos é preciso refletir sobre a nossa realidade.
O que nós recordamos, a forma como nos lembramos do nosso passado nos define como sociedade, nos define como humanidade.]
*Marcus Cruz - Doutor em História, Professor da UFMT, Diretor do IGHD
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