por Fábio de Oliveira*
Você provavelmente já viu, leu, ouviu e, até mesmo sem querer, retransmitiu uma delas. De inocentes boatos sobre relacionamentos amorosos a verdadeiros assassinatos de reputação, as fake news, ou notícias falsas em uma tradução literal para o português, ganham cada dia mais força, impulsionadas pelas redes sociais e pelos aplicativos de troca de mensagens. De tão sérias elas, hoje, podem resultar em prisão, caso disseminadas em período eleitoral.
Infelizmente, a cada dia, há mais profissionais especializados em produzir e disseminar notícias falsas. Se antes elas continham graves erros de português ou imitações toscas de páginas de portais de notícia de credibilidade, hoje elas estão em um nível de sofisticação tamanho que em muitos dos casos é bem difícil distinguir uma notícia real de uma fake news.
No ano passado, um aplicativo lançado levou ainda mais pânico aqueles que têm lutado para acabar com as notícias falsas. Em seu teste mais avançado, ele conseguiu criar um discurso falso do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em que ele diz verdadeiros absurdos, coisas que nunca falaria.
O pior ainda estava por vir. Muitas pessoas que receberam o vídeo, além de acreditarem estarem vendo algo verídico, não se convenceram de que se tratava de algo forjado, mesmo com todos os desmentidos publicados, até mesmo pelos criadores do vídeo. E este é um detalhe que acaba ajudando os disseminadores a conseguirem fazer com que pessoas inocentes acreditem nas fake news.
Se a notícia denigre, por exemplo, um político de um campo ideológico oposto ao seu, ela tem grande chance de ser recebida como verdade, porque traz ares de realidade à nossa opinião. Ela dialoga com aquilo que imaginamos e, muitas vezes, não temos coragem de externar.
Os danos à imagem daqueles que são citados em uma notícia falsa são enormes e irreparáveis.
Por conta de tamanha nocividade, a classe política brasileira, a quem compete criar as leis, já está se movimentando e alterou o Código Eleitoral, tornando crime a disseminação de fake news nas eleições. Espera-se que este tipo de postura extrapole as questões eleitorais e que torne crime a divulgação das notícias falsas em qualquer momento e não apenas no período eleitoral.
E quanto a nós, leitores e telespectadores, é necessário prudência, checar a informação em outros veículos de comunicação, antes de confiar em algo recebido. E, na dúvida, nunca, mas nunca mesmo, encaminhar para sua lista de contatos ou grupo de amigos.
*Fábio de Oliveira é advogado, contador e mestre em ciências contábeis
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