Por: Pedro Eugênio Gomes
Uma obra cultural antiga, reeditada, cheia de celebridades, rica de conteúdo cultural, propagando inverdades negativas sobre o nosso estado!
Valorizo muito a novela Pantanal da rede Globo, por estar divulgando e promovendo as belezas e riquezas naturais de nosso estado, valorizando também o nosso povo e a nossa cultura. No entanto, esta obra, por estar acessível a milhares de pessoas, deveria se atentar às informações propagadas, pois, apesar de se tratar de ficção, muitas vezes confunde-se com a realidade.
Em uma cena da novela global na última semana, são relatadas inverdades sobre o exercício da atividade de mineração no município de Poconé, com, inclusive, a apresentação de informações sem constatação, como a questão da contaminação do mercúrio, degradação ambiental desenfreada e insinuações inverídicas de aferimento de benefícios por parte dos mineradores poconeanos.
Repudio esse episódio por conter desinformação e inverdade, e não traduzir nem um pouco a realidade da mineração de minha cidade natal. Poconé hoje figura como um exemplo mundial de mineração de pequena e média escala, legalizada e sustentável.
O município conta hoje com dezenas de empresas de mineração, cuja denominação legal é chamada de garimpos que, em sua maioria, são legalizados e trabalham em conformidade com as legislações vigentes e com as exigências dos órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Mineração (ANM) e Secretarias de Meio Ambiente.
As informações relatadas caracterizam a mineração como uma atividade predatória dos ecossistemas, traduzindo um discurso fácil e preguiçoso, quando, de fato, olhamos para um setor legalizado, que não existe destruição, mas sim geração de recursos para alimentar um ciclo de desenvolvimento.
Quanto ao uso do mercúrio, a realidade hoje é completamente diferente de 20 anos atrás, pois a sua utilização é totalmente consciente e controlada, além de ser regulada pelos órgãos ambientais competentes, que fiscalizam e impõem regras que precisam ser seguidas.
Saliento inclusive estudos atuais da Universidade Federal de MT que revelam a inexistência de qualquer contaminação de mercúrio nos peixes e rios da bacia pantaneira, dados esses que enfatizam a falta de embasamento da cena da novela Pantanal.
Quanto à degradação desenfreada vale ressaltar como exemplo, que no próprio município de Poconé, há mineradores que estão desenvolvendo suas atividades há mais de 30 anos na mesma cava, ocupando um espaço máximo de 20 Ha e gerando diretamente, no mínimo, mais de 50 postos de trabalho. É de fácil constatação, em uma simples visitação curiosa, a convivência harmoniosa da mineração com a fauna, flora e a comunidade.
Outro ponto que é preciso deixar claro, é que sim, o hospital de Poconé é amparado pela mineração. Isso é feito de forma transparente e espontânea, sem geração de qualquer vantagem econômica, como incentivos fiscais ou qualquer outro, como erroneamente vem sendo colocado na cena da ficção. O único intuito dessas ações é a promoção do bem social à população poconeana. Se não fosse o incentivo da mineração, não há dúvidas que o Hospital de Poconé, que hoje atende mais de 160 pacientes por mês, estaria de portas fechadas.
Em 2022, Poconé já é o município com a maior arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) do estado de MT, chegando ainda no meio do ano com um total de R$ 6,1 milhões. Por que é importante falar sobre isso? Porque este dinheiro volta à comunidade, em melhoria nos serviços públicos oferecidos na saúde, educação, área social e infraestrutura, comprovando o desenvolvimento e melhorias na qualidade de vida das pessoas.
Por esses motivos, repudiamos esse discurso errado e irresponsável apontado na novela, pois sabemos que, nem de perto, retrata a realidade do que acontece na mineração poconeana.
A atividade ilegal deve ser combatida, pois ela degrada sem critérios, causando danos. Mas não se pode generalizar e prejudicar um setor tão importante, que traz benefícios econômicos e sociais para a população e vem se desenvolvendo cada vez mais. Especialmente pelo fato de que a baixada cuiabana é uma região que hoje é exemplo mundial de boas práticas na mineração de pequeno e médio porte, sendo inclusive reconhecida por entidades de fomento à mineração sustentável.
As pessoas precisam buscar conhecer melhor a realidade da mineração, procurar informações sólidas e reais, antes de divulgar uma imagem errada e distorcida. Em era de “fake News” precisamos ser críticos, a preguiça é fogo e a desinformação palha seca. Precisamos combater este incêndio!
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Pedro Eugênio Gomes Procopio da Silva, Diretor de Operações da Fênix DTVM, instituição financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil e responsável pelo projeto Ouro do Bem
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