As eleições de 2020 chegaram com tudo e mais uma vez o combate a corrupção é uma temática presente nas pautas de candidatos a vereador, prefeito e senador. Mas como de fato podemos combater a corrupção no Brasil? Como maximizar os recursos públicos?
O discurso tradicional de auditorias e de passar tudo a limpo, embora em alguns casos possa surtir efeito, em geral não tem demonstrado grande efetividade. Isso porque os órgãos de controle já realizam inúmeras análises e não será um novo vereador ou prefeito que terá a fórmula mágica para identificar fatos que não estejam de acordo com a legislação. Além disso, toda auditoria demanda custo financeiro e de pessoal, e quem irá pagar esse custo, é você cidadão.
Os vereadores por atribuição, possuem a função de fiscalizar. E devem fazer isso naturalmente. Mas por outro lado, a melhor forma do executivo, ou seja, as prefeituras, realizarem seu papel é por meio das equipes técnicas capacitadas e adequadas para formulação de termos de referências, acompanhamento de projetos e de políticas públicas.
Para facilitar o entendimento do leitor, vou dar um exemplo relacionado a minha área, a geologia. Se a prefeitura realizar os estudos técnicos necessários em relação às características geológicas e do solo, antes da licitação, o projeto que for elaborado e licitado terá uma possibilidade menor de possuir erros e inconsistências. Com isso, não só o custo da obra tende a ser menor, como torna mais difícil a realização de aditivos com motivos não republicanos. A mesma análise pode ser aplicada para inúmeras políticas e ações governamentais, são os estudos técnicos e as estatísticas, os principais instrumentos para uma gestão pública que preze pela boa aplicação dos recursos públicos e pelo combate à corrupção.
Mas como fazer isso, se muitas vezes os órgãos públicos nem sequer possuem os profissionais com formação adequada para tais análises? Sim, a prefeitura de Cuiabá e muitas outras são deficientes em relação a equipes técnicas e isso custa muito caro para você cidadão.
Por isso nestas eleições precisamos cobrar de candidatos e candidatas posições públicas para além dos discursos superficiais. É preciso gestões técnicas de verdade, que se preocupem com a boa aplicação do recurso público e que não fiquem só no discurso genérico e midiático. As eleições são de 4 em 4 anos, e agora, é a nossa hora de cobrar dos postulantes a cargos públicos propostas reais e não somente palavras ao vento.
*Caiubi Kuhn é Geólogo, especialista em Gestão Pública e mestre em Geociências pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); Docente do Faculdade de Engenharia UFMT-VG
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