Ao compreendermos que a mente é a parte incorpórea de todo humano e nela está o desenvolvimento intelectual e a inteligência, podemos metaforicamente afirmar que a mente é a semente da nova economia.
A afirmação acima sempre acompanha a seguinte indagação: como assim? É simples, a semente nada mais é que invólucro embrionário, a grosso modo, está relacionada a reprodução e ao surgimento de algo, certo? Agora vamos para a abordagem de um outro conceito, a criatividade.
A criatividade remete intuitivamente à capacidade não só de criar o novo, mas de reinventar, diluir paradigmas tradicionais, unir pontos aparentemente desconexos e, com isso, equacionar soluções para novos e velhos problemas. E tal criatividade se aloca na inteligência humana (mente), a partir do conhecimento, informações e da cultura do sujeito.
Em uma contextualização histórica, as transformações sociais e econômicas das últimas décadas foram advindas da revolução industrial em que a economia se sustentava em bens palpáveis e o trabalho. E a partir da revolução do conhecimento, a ideia, a criatividade passou a ser capital, monetizou-se (DRUCKER, 1993). Logo, a criatividade pode gerar riqueza, ocasionar a fluidez no mercado e permitir a troca.
A criação passou a ser a mola propulsora da economia culturalmente criativa, fomentando a troca e até uma possível acumulação de capital (Reis, 2008). Teóricos contemporâneos pontuam que cultura, criatividade e conhecimento são matérias-primas da Economia Criativa, recursos estes que não se esgotam, mas se renovam e multiplicam com o uso, e que são estratégicos para a sustentabilidade dos negócios.
A criatividade como semente da economia soft, criativa, e de tantas outras denominações que possam existir. O fato é que a economia monetiza a partir da ideia criativa, e neste sentido, a semente é infinita. Por isso, é possível compreender e observar grandes complexos empresariais investindo em empresas startups e de inovações, bem como, exemplos de negócios do novo milênio sustentando a bolsa de valores e norteando o mundo como a Amazon, Appe, Facebook e Goggle, advindas do universo digital e pautadas na criatividade e inovação.
Mas, é lamentável, que mesmo com a criatividade sendo insumo abundante e com a evidente possibilidade de inserção social dos agentes da cadeia produtiva, ainda presenciamos que um dos maiores desafios da sociedade contemporânea do terceiro milênio seja as desigualdades sociais e os desequilíbrios econômicos (Santos-Duisenberg, 2008).
Mesmo diante do fenômeno da globalização e dos avanços tecnológicos, poucos têm muito e coexistem ao lado de uma grande maioria que não tem recursos financeiros. Ao considerar a mente a semente da nova economia e a criatividade a mola propulsora do processo econômico, novamente percebemos que a educação e a tecnologia são componentes do caminho para aquisição do enriquecimento do novo milênio.
*Ana Eliza Lucialdo é professora, palestrante consultora de estratégia e negócios digitais. Mestre com pesquisa em economia criativa (ECCO/UFMT), em Políticas Públicas pela Universitat de Girona (Espanha), MBA em Comunicação e Marketing. É filiada a BPW Cuiabá e ao PMI-MT.
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