A professora Cleonice Aparecida Alessi Glinski, 61 anos, teve seu contrato de prestação de serviços cancelado pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Irati, Paraná, após ser flagrada puxando o cabelo de uma aluna com síndrome de Down e Transtorno do Espectro Autista (TEA). A decisão foi divulgada nesta terça-feira (28.05) pela Secretaria de Estado da Educação (Seed).
O incidente, registrado por uma câmera de monitoramento interno da instituição no dia 15 de maio, veio à tona após uma denúncia anônima. As imagens mostram a aluna, de 19 anos, correndo para fora de uma sala de aula, sendo então puxada pelo cabelo e empurrada de volta para dentro pela educadora. A jovem, não verbal, não esboçou nenhuma reação durante a agressão.
Os pais da vítima, o professor Daniel de Paula Yoshitomi e a médica Danieli Yoshitomi, ficaram em estado de choque ao ver as imagens. “É uma imagem muito brutal mesmo. Quando você manda seu filho para a escola, você, no mínimo, imagina que ele vai estar seguro lá dentro. Então, a gente ainda está tentando absorver, a gente está em choque com tudo isso que aconteceu”, lamentou Danieli.
A Seed informou que o cancelamento do contrato da professora, que atuava na instituição por meio de Processo Seletivo Simplificado (PSS) em regime temporário, ocorreu após o Núcleo Regional de Educação (NRE) de Irati protocolar o caso. Com a rescisão, Cleonice está impedida de trabalhar na Apae.
A investigação conduzida pela Polícia Civil do estado começou na última sexta-feira (24), após os pais da jovem registrarem um boletim de ocorrência. O delegado Rafael Rybandt afirmou que há indícios de maus-tratos e que, até o momento, o caso parece ser um fato isolado.
Em nota a Apae de Irati afirmou que, assim que soube do caso, afastou Cleonice e solicitou seu desligamento à Seed. A instituição também afirmou que está acompanhando o caso juridicamente e prestando suporte à família da vítima.
A Federação das Apaes lamentou o ocorrido e repudiou o ato de violência. “Nesse momento, cabe a nós prestar o apoio aos familiares, à aluna, e à comunidade do município de Irati, e também, acompanhar de forma integral a apuração dos fatos e as ações e desdobramentos jurídicos necessários. Reafirmamos que este fato aconteceu de forma isolada, não sendo essa a conduta das 330 Apaes que hoje prezam pelo atendimento às pessoas com deficiência em nosso estado.”
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