O BBB 25 tem dois participantes com relação com o universo rural. Quando o peão salta do touro após os oito segundos ou quando é derrubado pelo animal e o cronômetro para, entra em cena na arena um personagem fundamental nos rodeios: o salva-vidas. Cabe a esse profissional atrair imediatamente a atenção do touro para proteger o peão dos chifres e das patas dos animais que chegam a pesar uma tonelada.
Essa profissão deve ganhar visibilidade nos próximos dias com a confirmação dos gêmeos pecuaristas João Gabriel e João Pedro, de 21 anos, no grupo Pipoca do Big Brother Brasil, o BBB 25. Naturais de Goiatuba, eles moram em Buriti Alegre, também no Estado de Goiás e, nas redes sociais, exibem sua atuação como salva-vidas de rodeio.
Em alguns rodeios, o salva-vidas atua também como palhaço para divertir a plateia, mas na Professional Bull Riders (PBR), a liga mais importante dos rodeios que promove seu campeonato mundial nos Estados Unidos e tem filiais no Brasil, Canadá e Austrália, isso não acontece.
Três salva-vidas, também chamados de anjos do rodeio ou “bullfighters”, trabalham juntos para chamar a atenção do touro e proteger a vida do peão.
Na PBR um desses profissionais é o paulista Lucas Belli Teodoro, 35 anos, mais conhecido como Gauchinho. Ele foi o primeiro e até agora único brasileiro a atuar na divisão de elite da liga, onde estreou em 2011.
Na adolescência, sonhava ser peão e chegou a montar touros, mas ficou amigo de um salva- vidas, passou a ajudá-lo nos rodeios e achou sua profissão, se capacitando para a missão de proteger a vida dos melhores do mundo, como Cássio Dias, José Vitor Leme e Kaique Pacheco, todos peões brasileiros que já conquistaram pelo menos um título mundial nas arenas nos Estados Unidos.
Algumas vezes os salva-vidas também saem feridos das arenas. Gauchinho contou à Globo Rural que já levou chifrada na perna, foi atirado para o alto várias vezes, rompeu os ligamentos do joelho e teve várias outras lesões, mas alcançou seus sonhos como profissional e hoje ganha bem em dólares e se destaca entre os melhores do mundo.
“O instinto de salvar o peão acaba nos colocando em situações bem difíceis, mas, diferentemente do competidor, eu já estou esperando a pancada.”
Nos vídeos da PBR, é possível conferir algumas de suas performances. Em uma delas, em Las Vegas, ele deu uma “voadora” à frente do touro para tirar o brasileiro e tricampeão mundial Silvano Alves das patas do animal e foi saudado pelo comentarista do rodeio com uma palavra: “unbelievable” (inacreditável, em inglês).
Para os gêmeos do Big Brother, Gauchinho, que faz musculação quase todos os dias, tem um recado: “Acredito que, do mesmo jeito que na arena, vocês terão muitas situações difíceis no reality show e vão precisar ter paciência e dar o seu melhor para sobreviver no jogo.”
Apelido curioso
Outro salva-vidas brasileiro que foi atrás do sonho americano é o paranaense José Wagner Miqueline, 41 anos, chamado de Péssimo, que trabalha nas divisões de acesso da PBR nos EUA desde 2022. Ele ganhou o apelido de um tio depois de montar seis touros em uma noite e cair de todos.
“Você não é um peão ruim. É péssimo”, disse o tio. Ele resolveu então mudar de profissão, adotou o apelido, salvou um peão na arena da Festa do Peão de Barretos e se capacitou para atuar nos rodeios da PBR no Brasil.
Péssimo faz exercícios, não bebe, não fuma e dorme cedo. Diz que a profissão tem muitos riscos, mas nunca teve uma lesão séria. Já quebrou dedos e perdeu quatro dentes de uma vez só após levar uma chifrada de um touro. Foi ao dentista, fez implantes e no dia seguinte já estava de volta ao trabalho. (Globo Rural)
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