Cerca de 350 camponeses e camponesas protestaram na tarde desta quinta-feira (31.08), no Palácio Paiaguás, em Cuiabá. Entre as reivindicações está a construção de políticas públicas agrárias e de prevenção aos despejos em Mato Grosso. O ofício com pedido de reunião com o governo foi protocolado nesta semana.
Uma das pautas apresentadas ao governador Mauro Mendes (União) vem da gleba Carlos Pelissioli, situada no município de Santa Terezinha (a 1.218 km de Cuiabá). A gleba está ocupada desde 2008, e as famílias reivindicam a regularização da área, atualmente com decisão de despejo do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJ-MT), que seria somente impedido com a arrecadação e a sua regularização pelo governo estadual.
Os camponeses denunciam, ainda, as declarações em tom de criminalização proferidas pelo governador Mauro Mendes, como: “Teremos tolerância zero para qualquer tipo de invasão”. A postura do chefe do Executivo não contribui para a resolução dos conflitos agrários, e sim para aumentar o acirramento no campo, conforme eles.
Conforme o relatório do Conflitos no Campo Brasil 2022, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o número de conflitos no campo aumentou 61% em um ano no estado de Mato Grosso. Essa porcentagem é referente à comparação entre 2022 e 2021. Segundo a pastoral, no ano passado foram registrados 147 conflitos. Em 2021, haviam sido 91 casos.
Esses quase 150 conflitos impactaram 9.253 famílias, sendo a maioria delas indígenas, quilombolas, assentados e sem-terra.
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