O Ministério da Agricultura e Pecuária disponibilizou recentemente um estudo detalhado que identifica e prioriza áreas de pastagens degradadas com potencial para recuperação ou transformação em sistemas agropecuários e florestais sustentáveis. Os Estados contemplados pelo levantamento são Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Rondônia, São Paulo e Pará.
O material, elaborado com base em oficinas regionais, traz análises específicas sobre as características locais, apontando prioridades de investimento e indicando sistemas produtivos adequados para cada região. As informações, que incluem custos estimados para implementação das mudanças sugeridas, são apresentadas de forma prática para facilitar a tomada de decisões por governos estaduais, agricultores e pecuaristas.
Entre os sistemas sustentáveis avaliados estão: intensificação das atividades de pecuária bovina de corte e leiteira, agricultura convencional, silvicultura, sistemas agroflorestais (SAF) e modelos integrados que unem lavoura, pecuária e floresta (ILPF). Cada opção foi analisada em termos econômicos, ambientais e produtivos.
Além de recuperar áreas improdutivas, esses sistemas contribuem para a mitigação de gases de efeito estufa (GEE), especialmente pelo armazenamento de carbono no solo, promovido pelo manejo sustentável das terras.
O levantamento revelou que o país possui aproximadamente 27,7 milhões de hectares aptos para recuperação produtiva, distribuídos em mais de um milhão de propriedades rurais privadas. Do total, a maior área potencial é destinada à intensificação da pecuária de corte (25,1 milhões de hectares), seguida pela pecuária leiteira (16,9 milhões de hectares), silvicultura (11,5 milhões de hectares), agricultura (8,8 milhões de hectares), sistemas agroflorestais (7,1 milhões de hectares) e ILPF (2,6 milhões de hectares).
Segundo o estudo, são necessários cerca de R$ 139 bilhões em investimentos iniciais para implementar essas práticas sustentáveis, além de custos operacionais anuais estimados em R$ 90,8 bilhões.
A iniciativa faz parte do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD), criado em dezembro de 2023. O programa tem o objetivo de coordenar políticas públicas para estimular a transição das áreas degradadas para modelos produtivos sustentáveis, fortalecendo a economia rural, promovendo a conservação ambiental e impulsionando o desenvolvimento econômico regional.
Entre as ações previstas pelo PNCPD estão o financiamento direcionado aos produtores rurais, adoção de tecnologias sustentáveis, e elaboração de planos estratégicos que respeitem as particularidades econômicas e ambientais locais.