O que deveria ser um momento de celebração e visibilidade positiva para a marca Riachuelo transformou-se em uma tempestade de críticas. Responsável pelos uniformes de viagem e da cerimônia de abertura do Time Brasil nos Jogos Olímpicos, a empresa enfrenta uma serie de reclamações nas redes sociais e na imprensa devido ao design das peças destinadas ao desfile no Rio Sena.
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A escolha estética, que inclui uma calça ou saia branca, camiseta verde ou amarela em tons pastéis e uma jaqueta jeans bordada, não agradou. O principal bordado, que representa a fauna brasileira, está localizado nas costas, deixando a frente do uniforme desprovida de elementos visuais que remetem ao Brasil. Isso gerou a percepção de que os trajes não capturam adequadamente a brasilidade esperada para um evento de tamanha importância.
"A gente sempre fica triste, porque sabe o trabalho que deu, e o quanto foi colocado de amor, de paixão, todo mundo que se dedicou a esse projeto. Ninguém fez pensando em não agradar, ou pensando que não seria legal, muito pelo contrário. E por isso a gente está ouvindo, acolhendo", afirmou Cathyelle Schoreder, diretora de marketing da Riachuelo.
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O processo de criação, que durou dois anos, envolveu pesquisas internacionais e a colaboração com o Comitê Olímpico do Brasil (COB). Referências ao new look da Dior e às listras dos marinheiros foram integradas ao design, resultando em uma combinação de influências globais e elementos brasileiros. No entanto, a recepção foi diferente do esperado.
Cathyelle Schoreder destacou que o projeto foi uma co-construção entre a Riachuelo e o COB, com responsabilidades compartilhadas em todas as etapas, desde o briefing inicial até o processo de validação. "Não é mais Riachuelo e menos COB ou mais COB e menos Riachuelo. É de fato uma co-construção e desde o início, desde quando nasce o briefing das vontades, dos desejos, e de todo o processo de validação, é tanto responsabilidade de COB quanto de Riachuelo", explicou.
Com o aumento das críticas, a Riachuelo intensificou sua equipe de monitoramento para responder aos comentários. A marca, que atende milhões de brasileiros, nunca havia enfrentado um volume tão grande de críticas online. Apesar da turbulência, a empresa se mantém firme em sua missão de valorizar o trabalho das artesãs de Timbaúba dos Batistas, responsáveis pelos bordados das jaquetas. As líderes do grupo serão homenageadas em Paris, como parte dos planos da Riachuelo para promover o artesanato local.
Além dos uniformes da cerimônia de abertura, a Riachuelo também forneceu as roupas de viagem da delegação brasileira, que foram criticadas por terem sido entregues em sacos de pano bege, denominados "ecobags" pelo COB. Cathyelle esclareceu que a Riachuelo não participou dessa decisão, que foi de responsabilidade exclusiva do COB.
A Riachuelo mantém seu compromisso de destacar o impacto positivo do projeto na vida das artesãs e a autenticidade de seu trabalho. "Quando a gente olha para esse projeto, tem um lado que nos deixa muito felizes e orgulhosos, que é o tamanho e a proporção da transformação que a gente gerou na vida das pessoas que a gente se propôs a ajudar. Desde que elas começaram a divulgar esse projeto, elas estão com trabalhos para fora, estão sendo procuradas. Quando a gente olha o tamanho do impacto que isso, isso é imenso. É um negócio que a gente tem muito orgulho de contar. Tem uma verdade por trás do que foi feito, que é isso. Tudo foi feito pensando nesse contexto", concluiu Cathyelle.
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