O lançamento do filme de terror de baixo orçamento "Winnie-the-Pooh: Blood and Honey", ou Ursinho Pooh, sangue e mel, em Hong Kong foi abruptamente cancelado dois dias antes da estreia nos cinemas.
Nenhuma explicação foi dada pelo governo, mas há suspeitas de que o filme pode ter cruzado uma linha vermelha. Isso ocorre porque o ursinho Winnie-the-Pooh é percebido, de maneira nada lisonjeira, como tendo semelhança física com o líder da China, Xi Jinping.
Pesquisar por Winnie-the-Pooh online é censurado na China continental, e os produtos do ursinho também não são distribuídos no país. Em 2018, Pequim não permitiu a importação e o lançamento de um filme do personagem.
O filme seria distribuído em Hong Kong pelo grupo independente VII Pillars e estava programado para ser lançado nesta quinta-feira. Na noite de terça-feira, pelo horário local, a empresa anunciou que estava cancelando as exibições. Macau, um território sob domínio chinês assim como Hong Kong, também não verá o filme.
No longa, o ursinho infantil criado por A. A. Milne e E. H. Shepard em 1926 vira um serial killer e assume a identidade do mamífero dengoso para matar uma penca de garotas. E não é só ele.
No filme escrito e dirigido por Rhys Frake-Waterfield, que faz seu primeiro longa, o famoso Leitão também está entre os matadores, mas com uma máscara que mais lembra um javali com suas longas presas.
Segundo a sinopse oficial, a ideia é que os animais do conto infantil se revoltaram após Christopher Robin ter deixado todos para trás. Originalmente, a criança interage com os bichinhos de pelúcia que ganham vida, de uma turma que inclui ainda o Tigrão, o Corujão e o burrinho Ió.
Quando Hong Kong deixou de pertencer à Inglaterra e voltou ao domínio chinês, em 1997, Pequim prometeu que o território poderia ter suas próprias leis, moeda e instituições por 50 anos. Nos últimos anos, contudo, a China continental está exercendo controle cada vez maior sobre a ilha.
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