Com ou sem capacete, nus e em suas bicicletas, quase 30 ciclistas desafiaram no final deste sábado (11) e começo de domingo (12) a chuva em São Paulo, a maior cidade da América Latina, para conscientizar os motoristas sobre sua "vulnerabilidade" aos acidentes de trânsito.
Durante a madrugada, na Avenida Paulista, a via mais emblemática da capital econômica do Brasil, muitos estavam nus, mas alguns preferiram pedalar usando roupas íntimas.
Um deles estava com o corpo completamente pintado de verde. O grupo respondeu a uma convocação pelas redes sociais da tradicional 'Pedalada Pelada', a versão brasileira do movimento mundial World Naked Bike.
"Estamos nus no meio da maior avenida da América Latina. Isso deixa o nosso corpo vulnerável, a nossa intimidade. E a ideia com o naturismo, o nudismo, é justamente mostrar para as pessoas o quanto nós ainda somos fracos diante da força, da violência dos carros", disse Allis Bezerra, fotógrafo de 41 anos.
"Este movimento visa mostrar para a sociedade o quanto somos importantes, porque quando utilizamos a bicicleta como meio de locomoção, como meio de transporte, como forma de trabalho, a gente está tirando da cidade um carro que polui o meio ambiente", afirmou Allis.
A artista Andresa Aguida, 43 anos, pintou a mensagem "pedalada sustentável" no corpo antes de sair de topless pela Avenida Paulista.
"Falta respeito às pessoas porque estamos de bicicleta e as pessoas nos carros são muito impacientes, buzinam, algo do tipo 'vai ou então eu passo por cima de você'", disse a artista.
A Polícia Militar (PM) acompanhou a manifestação, que seguiu pacífica.
Um estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) publicado em junho do ano passado mostra que em 2021 o país registrou mais de 16 mil acidentes com internações de ciclistas em estado grave, o que representa a média de 44 por dia.
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