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Política Segunda-feira, 30 de Agosto de 2021, 13:34 - A | A

Segunda-feira, 30 de Agosto de 2021, 13h:34 - A | A

Tudo que fala se torna crime

Bolsonaro sugere que ministro aguarda encerrar seu mandato para aplicar medidas restritivas: “prisão?”

Você não pode ficar ameaçando os outros, disse Bolsonaro sobre inquérito da fake news

Lucione Nazareth/VGN

Reprodução

VGN_Jair Bolsonaro-presidente-imagem-entrevista

 Você não pode ficar ameaçando os outros, disse Bolsonaro sobre inquérito da fake news 

 

 

 

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), disse hoje (30.08) que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, aguarda ele (Bolsonaro) deixar o poder para determinar medidas restritivas no inquérito que apura a divulgação de informações falsas (fake news).

No último dia 04 deste mês, Alexandre de Moraes determinou a inclusão do presidente no inquérito para apurar ataques, sem provas, de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral do país. O inquérito das fake news foi aberto em março de 2019, por decisão do então presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, para investigar notícias fraudulentas, ofensas e ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal.

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Na manhã de hoje, em entrevista à rádio Rede Fonte de Comunicação Goiás, Bolsonaro afirmou que existe uma pressão muito forte contra ele, e que tudo que fala (presidente) passa a se tornar crime, citando, por exemplo, a volta do voto impresso e tratamento precoce contra Covid-19.

Segundo ele, a prova desta pressão é o inquérito da fake news, em que é investigado, citando que o ministro Alexandre de Moraes estaria aguardando apenas acabar seu mandato de presidente da República para determinar medidas restritivas que poderiam ser inclusive a prisão.

“Está uma pressão muito grande. Quando a gente fala em voto impresso passou a ser crime. Quando fala em tratamento precoce passou a ser crime. E o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, me colocou no inquérito da fake news. Inquérito fim do mundo. Inquérito sem participação do Ministério Público. O que eles querem é aguardar o momento para me aplicar uma sanção restritiva. Quem sabe quando eu deixar o Governo lá na frente. Isso não é um trabalho que se faça. Você não pode ficar ameaçando os outros. Não pode um ministro apenas ser dono do inquérito. Se está fazendo comigo, imagina o que está fazendo com outras pessoas”, declarou.

Neste sentido, o presidente ainda criticou a prisão recente do ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, por suposta participação em uma organização criminosa digital responsável por atacar os ministros do Supremo. A prisão foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes.

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“Não podemos admitir que um deputado federal, preso até agora, não interessa o que ele falou, bem como um jornalista preso e um presidente de partido preso também. Não justifica isso daí. A liberdade de expressão está na nossa democracia. (...) Nossa liberdade está sendo ameaçada por causa de um ou dois aqui de Brasília. Não podemos submeter a um ou dois. Isso não é uma ditadura. Quando se fala em ditadura normalmente é o presidente da República que quer impor. No nosso caso é zero. Você não acha um ataque meu ao Supremo Tribunal Federal ou Parlamento como um todo”, encerrou.  

 
 

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