A apresentação do relatório da CPI do Cachoeira, marcada para ocorrer nesta terça-feira (19), foi adiada para as 10h15 de quarta (20), após pedido do relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG). De acordo com a secretaria da CPI, o deputado solicitou um dia a mais para concluir o documento e imprimir cópias das mais de mil páginas.
Em seu blog oficial, Odair Cunha adiantou que vai pedir ao Ministério Público o indiciamento de “todos os depoentes que não falaram na CPI.” Entre os convocados à comissão que se silenciaram estão o presidente licenciado da construtora Delta, Fernando Cavendish, o bicheiro Carlinhos Cachoeira, e a mulher dele, Andressa Mendonça.
A expectativa é de que Cunha também peça o indiciamento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), apesar de ele ter respondido às perguntas dos integrantes da CPI. O pedido, contudo, serve apenas como “reforço”, já que a Procuradoria-Geral da República já solicitou ao Superior Tribunal de Justiça, a pedido do próprio Perillo, abertura de inquérito para investigar a ligação do governador tucano com Cachoeira.
Por ser governador, Perillo tem foro privilegiado no STJ. Assim, a abertura de investigações e, eventualmente, de ação penal, dependem de decisão da corte.
CPI
A comissão mista de deputados e senadores para investigar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados foi instalada no Congresso em abril.
As investigações da Polícia Federal apontam que Cachoeira atuava como lobista e "sócio oculto" da construtora Delta, que teria repassado valores a firmas de fachada. Pelas contas do deputado Rubens Bueno (PPS-PR), integrante da CPI, são pelo menos 12 empresas nesta situação, que receberam R$ 200 milhões da Delta em 2010, em plena campanha eleitoral.
Cachoeira está preso desde 29 de fevereiro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Monte Carlo. Desde maio, a comissão ouviu governadores, policiais e empresários sobre a denúncia de que Cachoeira tinha um esquema de exploração do jogo ilegal em Goiás.
Desde o início de outubro, a oposição defendia a extensão da CPI por mais 180 dias, mas a base governista, em maioria no colegiado, aceitou apenas 45. Oficialmente, o prazo ficou em 48 dias, terminando no dia 22 dezembro.
No dia 1º de novembro , o vice-presidente do Senado, Aníbal Diniz (PT-AC), leu o requerimento de prorrogação da CPI Mista. Oposicionistas disseram que governistas fizeram a comissão terminar em "pizza". Após a leitura do relatório, na quarta (21), o documento será debatido e votado pelos membros da comissão.
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