Marinete Cardoso, afirmou nesta quinta-feira (30.01), em entrevista à reportagem do que seu filho, Douglas Gonçalves de Oliveira, conhecido como 'DG', não tem qualquer ligação com a fuga do suspeito de matar o sargento Odenil Alves Pedroso. Em entrevista, ela contou ter sofrido agressões, disse que foi torturada e presa injustamente e que, ao denunciar o ocorrido, ela e sua família passaram a ser perseguidos.
Em relato, a técnica de enfermagem, que trabalha no Hospital Geral, narrou que foi agredida por policiais durante uma das buscas sem mandado judicial, realizada na casa onde mora no bairro Novo Paraíso em Cuiabá, em junho do ano passado.
A polícia diz ter trocado tiros com Douglas e com Marcos Vinicius da Silva Faria, de 24 anos na madrugada desta quinta-feira (30.01). Segundo a PM, Douglas possui diversas passagens e inquéritos criminais por tráfico e uso de droga. O relato policial também aponta que na S10 em que ele trafegava também foi encontrada uma submetralhadora. O pai de Douglas, Valdemir Gonçalves da Silva, teria fugido e foi preso em seguida. Com ele, a PM diz ter encontrado o carregador da submetralhadora que havia sido apreendida com os demais suspeitos.
"Não tenho envolvimento com nada, eu tenho 51 anos, eu sou técnica de enfermagem, eu trabalho no Hospital Geral, eu sou funcionária. Eu sou técnia de enfermagem há 25 anos, eu moro no Novo Paraíso há 34 anos, meu filho nasceu e criou lá, meu filho nunca puxou cadea, não foi preso, entendeu? Só porque falar: 'Ah, ele sabe onde o cara tá, ah ele deu fuga para o cara, aí eles vai lá e mata', não é assim não, entendeu?", reclamou Marinete em entrevista ao .
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Segundo ela, no dia 9 de junho de 2024 a polícia invadiu sua casa e a agrediu. Ela narra que os policiais pegaram seu celular e ligaram para o filho e exigiram que ele se apresentasse. Ela conta que outro jovem teria sido torturado e, através dessa tortura, o nome do seu filho teria sido citado.
"Em um belo domingo, eram 8 horas da noite, a força tática invadiu a minha casa, mais de 20 policiais da tática invadiram a minha casa, querendo saber do meu filho", contou. "Aí desligaram meu celular, começaram a me bater, começaram a me espancar, me enforcar, dar tapa na minha cara, tapa e murro na minha cabeça, soco no meu peito... E começou a chegar uma aglomeração de gente na porta de casa. A polícia saiu lá fora, começou a discutir com o advogado, porque o advogado começou a pressionar, falando 'cadê o mandado?' então o comandante da operação entrou dentro de casa e falou para mim assim: 'Eu vou te levar, não era para acontecer isso não, era só um aviso que era para te dar'", contou a mulher.
Ela relatou que, na delegacia, os policiais "jogaram" uma droga no seu filho e relataram que o jovem entrou dentro da casa dela e que os policiais acharam suspeito e entraram na casa. Marinete afirma, no entanto, que o jovem já estava dentro da casa quando a polícia chegou. Ela alega que a narrativa foi criada para justificar a invasão.
"Tinha câmeras na minha casa que poderia comprovar o que eu disse, eles quebraram a câmera, quebraram o wifi, quebraram tudo, e eu fiquei na delegacia presa, humilhada, e o tempo todo eles falavam que iriam me matar e iria matar o meu filho", conta Marinete.
A técnica de enfermagem relatou que fez um boletim de ocorrência sobre o caso e que, desde então, a perseguição continuou por parte da polícia até culminar nas mortes que ocorreram nesta quinta-feira (30.01).
Outro lado
A reportagem do procurou a assessoria de imprensa da Polícia Militar, mas não obtivemos resposta. O espaço segue aberto para manifestação.
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