Edson Antônio da Silva foi condenado pela Justiça a 25 anos de prisão e seis meses de prisão nesta quinta-feira (28.11) pelo assassinato do policial militar Alex Oliveira Suzarte da Silva, em Poconé, a 104 quilômetros de Cuiabá. Ele cumprirá pena inicialmente em regime fechado. Além do homicídio, Edson também foi condenado por roubo, cometido antes do assassinato, motivo pelo qual ele estava sendo perseguido pela vítima. O crime ocorreu em 2011. O julgamento no Fórum de Cuiabá demorou mais de 10 horas.
"A culpabilidade do acusado em relação ao delito de homicídio se mostra exacerbada, porquanto o crime ocorreu em via pública, durante repouso noturno, foi praticado em face de agente público – policial militar – no estrito cumprimento de seu dever em perseguição do réu, que deixou de acatar a ordem de parada e empreendeu fuga após ser abordado. Portanto, reconheço um plus em relação à culpabilidade normal à espécie, havendo, pois, elementos que sugerem reprovação mais grave", diz trecho da decisão que condenou o réu.
Na data do crime, Edson e um adolescente roubaram R$ 1,8 mil de uma lanchonete no município e fugiram de motocicleta. A PM foi acionada e localizou os ladrões, que caíram da motocicleta e correram. Após perseguição, Suzarte correu e conseguiu alcançar Edson. O PM tentou imobilizar o acusado, que conseguiu arrancar a arma do policial e atirou na cabeça dele. A vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
O menor de idade foi apreendido no mesmo dia, mas Edson só foi localizado pela polícia sete dias depois, no Distrito de Cangas, em Poconé. Ele havia escondido a arma do crime e munições em matagal próximo. À Justiça, o réu alegou legítima defesa.
Meses antes de ser assassinado, Alex escreveu o poema 'Enquanto todos dormem', no qual relatava a rotina de um policial militar e do desejo de voltar para casa vivo após cada dia de trabalho.
"Minha família se esfacelou, minhas netas [filhas de Alex] se mudaram para outra cidade. Sou agente prisional e agora estou desempenhando uma função da parte administrativa porque não tenho mais condições de trabalhar como antes", disse Enéas Suzarte, pouco antes do julgamento do acusado.
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