A Polícia Civil de Santa Catarina encontrou R$ 125 mil em dinheiro vivo na casa de um empresário do agronegócio que mora em Várzea Grande e é suspeito de integrar a organização criminosa Comando Vermelho. A Operação Bittrack foi deflagrada para investigar fraudes bancárias em 13 estados do país.
O suspeito A.M.S.S. foi alvo da operação na manhã de quinta-feira (10.10), quando a polícia encontrou R$ 125.814,00 em dinheiro vivo, sem comprovação de origem lícita, na casa onde o suspeito mora no bairro Canelas, em Várzea Grande.
A operação, parte de uma investigação que apura o desvio de R$ 644.216,53. O suspeito é dono de uma empresa do setor do agronegócio, localizada em Várzea Grande. Segundo o relato policial, ele possui vínculos com a facção criminosa Comando Vermelho (CV) e tentou impedir a ação policial ao fechar o portão de sua casa quando percebeu a chegada das autoridades. Mesmo após os agentes se identificarem, ele resistiu, o que forçou a equipe a invadir o local.
Durante a abordagem, o delegado Ruy Guilherme Peral da Silva precisou efetuar um disparo de arma de fogo após A.M. fazer um movimento brusco com um objeto escuro em mãos, que foi inicialmente confundido com uma arma. O disparo atingiu o suspeito de raspão na face, e, após a situação ser controlada, verificou-se que o objeto era, na verdade, um celular.
No interior da residência, a polícia encontrou o montante em espécie, que estava sem comprovação de origem lícita. Os agentes apreenderam o dinheiro na presença dos familiares do suspeito. A.M. e sua empresa já foram investigados em outras operações da Polícia Federal, também por suspeita de envolvimento em crimes financeiros, como lavagem de dinheiro.
A.M. foi socorrido e levado ao hospital Jardim Cuiabá, onde passou por atendimento médico e não corre risco de morte. Ele foi preso em flagrante e permanece sob custódia policial, com acompanhamento de seu advogado. A operação Bittrack continua investigando esquemas de lavagem de dinheiro e crimes cibernéticos em âmbito nacional.
Operação Bittrack
A organização criminosa utilizava contas de laranjas para converter os valores subtraídos em Bitcoins, transferindo esses ativos digitais para carteiras privadas na blockchain, dificultando o rastreamento e ocultando a origem ilícita dos recursos. No entanto, graças ao uso da ferramenta de rastreamento e inteligência de blockchain da Chainalysis, a DRCI foi capaz de rastrear os Bitcoins até os endereços de carteiras pertencentes à cúpula da organização criminosa.
As medidas judiciais adotadas incluíram: Indisponibilidade de veículos; bloqueios de contas bancárias; bloqueio de criptoativos; sequestro de bens e valores e apreensão de dispositivos informáticos, que serão submetidos à perícia para aprofundar as investigações.
A cúpula da organização criminosa (ORCRIM) é composta por indivíduos que já possuem condenações por crimes semelhantes aos investigados na Operação BitTrack, tais como: invasão de dispositivo informático; furto mediante fraude; lavagem de capitais e organização criminosa.
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