A Polícia Federal informou que apreendeu nessa quinta-feira (24.10) quase R$ 3 milhões em dinheiro vivo na casa do desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS), Júlio Roberto Siqueira Cardoso. A informação é do site G1.
O magistrado foi um dos alvos da Operação Ultima Ratio, que investiga possíveis crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul. O empresário de Várzea Grande, Andreson de Oliveira Gonçalves, é apontado nas investigações como suposto lobista do esquema.
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Imagens obtidas pelo G1 mostram notas de R$ 50, R$ 100, R$ 200 e dólares apreendidos na casa do ex-desembargador. Júlio Roberto Cardoso se aposentou do TJMS neste ano, depois de 40 anos na magistratura.
Segundo a Polícia Federal, também foram apreendidos na casa dos alvos da operação revólveres, pistolas e espingardas.
Em nota, o Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul disse que os investigados terão todo o direito de defesa e os fatos ainda estão sob investigação, “não havendo, por enquanto, qualquer juízo de culpa definitivo”.
Importante frisar que cinco desembargadores do Tribunal, incluindo o presidente do órgão, Sérgio Fernandes Martins, foram afastados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) sob suspeita de falsificação, venda de sentenças e outros crimes. Os outros afastados foram Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel e Marco José de Brito Rodrigues.
Os desembargadores ficarão afastados por 180 dias; estão proibidos de frequentar órgãos públicos e manter contato entre si; e deverão usar tornozeleiras eletrônicas.
Também foram afastados na operação: o conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, Osmar Domingues Jeronymo; e o servidor do TJMS, Danillo Moya Jeronymo.
Nota do TJMS na íntegra
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul vem comunicar ao público que o Ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, no âmbito de investigação que corre naquela Corte, ainda sigilosa, determinou medidas direcionadas exclusivamente a alguns Desembargadores, magistrado e servidores deste Tribunal, as quais estão sendo regularmente cumpridas, sem prejuízo a quaisquer dos serviços judiciais prestados à população e que não afetam de modo algum os demais membros e componentes da Justiça Sul-mato-grossesse.
Os investigados terão certamente todo o direito de defesa e os fatos ainda estão sob investigação, não havendo, por enquanto, qualquer juízo de culpa definitivo.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul seguirá desenvolvendo seu papel de prestação jurisdicional célere e eficaz, convencido de que aos Desembargadores, magistrado e servidores referidos, será garantido o devido processo legal.
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