Os pais biológicos da menina Ida Verônica Feliz, de 10 anos, sequestrada em 2013 em Cuiabá, foram presos no último dia 22, na Itália. A informação foi divulgada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (27). A polícia italiana comunicou a prisão às autoridades brasileiras, porém, não deu detalhes sobre o caso e nem informou se o casal continua detido naquele país, de acordo com a PF. Eles são os principais suspeitos do sequestro da criança, que vivia com a família adotiva desde os quatro meses de idade.
Em janeiro deste ano, a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) localizou a menina na região de Cassola na Itália. No entanto, no mês seguinte, a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), ligada à Presidência da República, que também acompanha o caso, alegou ter ocorrido um equívoco por parte da Interpol e que, na verdade, Ida estaria na República Dominicana.
A Secretaria de Direitos Humanos (SDH) também tinha solicitado à época ao governo da República Dominicana que a menina retornasse ao Brasil.
Em nota, a SDH informou que acompanha esse caso desde abril de 2014, quando a Defensoria Pública da União, a pedido dos pais adotivos, solicitou intervenção da SDH no sequestro. Em dezembro de 2014, a polícia italiana informou que a última movimentação internacional da criança teria sido a entrada na República Dominicana, onde moram os avós maternos da criança. Desde então, o órgão vem mantendo contato com a Interpol e demais autoridades dominicanas.
A mãe adotiva de Ida, Tarsila Gonçalina de Siqueira, que tinha a guarda provisória da menina após ela ter sido abandonada pelos pais biológicos em Cuiabá, ainda não sabe o paradeiro da filha.
“Fiquei sabendo da prisão deles [dos pais] pela internet. Desde que ela foi localizada, não tenho informações sobre com quem ela está e nem onde está morando”, disse ao G1.
O caso
Ida é filha de uma dominicana com um italiano. Devido à prisão dos pais biológicos no Brasil por tráfico de drogas, a menina foi entregue aos cuidados de uma mãe adotiva. Ela foi deixada pelos pais em um hotel, onde a irmã adotiva trabalhava. A funcionária manifestou interesse em ficar com a criança e a família conseguiu a guarda.
A criança foi levada à força por um homem armado de dentro da residência onde morava com a família adotiva, no Bairro Goiabeiras, na capital. No momento, só estava ela e a irmã adotiva no local. Quando o sequestrador viu a menina, que à época tinha 8 anos, ele entrou na casa, a arrastou pelos cabelos e a levou até o carro, onde estava um cúmplice dele.
Com a menina, os sequestradores entraram em contato com a família adotiva por meio de mensagem SMS e fizeram ameaças caso a polícia continuasse investigando o caso. Depois de encerrar as buscas sem sucesso, a Polícia Civil de Mato Grosso repassou as investigações para a Interpol, que emitiu alerta com informações sobre as características da menina.
Segundo o inquérito da Polícia Civil, que investigou o caso naquele ano, ela provavelmente estaria com os pais biológicos na Itália.
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