Edson Joel Meire, 57 anos, conhecido como “Edinho”, sequestrado por oito criminosos, conseguiu escapar quando um deles saiu em busca de água e outro se distraiu. A vítima se soltou das amarras, quebrou uma garrafa de vidro e enfrentou o criminoso que estava sozinho.
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Durante coletiva à imprensa realizada nesta manhã (23.10), o delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Gustavo Belão, detalhou a prisão de três pessoas relacionadas ao crime e o resgate de Edson, que ficou cerca de 10 horas sob a mira dos sequestradores no domingo (22).
Conforme o delegado, os criminosos inicialmente pediram um resgate de mil reais pela libertação de Edson, que é pai do prefeito de Jangada, Rógerio Meire (PP). No entanto, mesmo após o pagamento desse valor, os criminosos continuaram exigindo quantias cada vez maiores, chegando a 70 mil reais. A família efetuou duas transferências via Pix, no valor de mil reais cada uma.
Através das transferências, a polícia identificou os três suspeitos responsáveis pela extorsão dos familiares. Um casal foi preso em Nova Marilândia, a 250 km de Cuiabá, sendo que o suspeito masculino usava tornozeleira eletrônica. Uma terceira suspeita foi detida em Nova Olímpia, a 213 km de Cuiabá, logo após receber a transferência de mil reais via Pix.
O delegado esclareceu que os suspeitos presos não participaram do sequestro em si; eles deveriam receber 5% do valor total arrecadado com a extorsão para contactar os familiares e exigir os valores do resgate. "Houve uma divisão de tarefas, onde alguns criminosos ficaram no cativeiro, outros invadiram a fazenda, e esses presos negociavam a libertação da vítima. Eles, aparentemente, não sabiam onde era o cativeiro e não sabiam quem eram as pessoas que invadiram a fazenda", explicou Gustavo.
Conforme as informações, Edinho conseguiu fugir do cativeiro por volta das 16h, correndo para uma área de mata e andando 7 km até um rancho em Nossa Senhora do Livramento, a aproximadamente 40 km de Cuiabá. Lá, ele pediu ajuda e foi resgatado pela Polícia da GCCO, apresentando diversos ferimentos, principalmente nos pés, resultantes de sua fuga pela mata.
As investigações continuam em andamento para identificar os possíveis mandantes e as oito pessoas envolvidas no sequestro. O delegado destacou que os suspeitos invadiram a fazenda sem máscaras, com o rosto à mostra, o que deve facilitar o reconhecimento dos envolvidos.
A Polícia descartou a motivação política do crime e segue a linha de investigação de sequestro mediante extorsão, acreditando que os criminosos acreditavam que a família tinha dinheiro, possivelmente relacionado a uma emenda parlamentar recentemente destinada à Prefeitura de Jangada no valor de 51 milhões de reais. "A gente vai apurar essas informações, a princípio a vítima não alega isso, os familiares também não. Mas se tiver [envolvimento com o valor] a gente vai conseguir identificar e saber se essa era uma facilidade dos criminosos em obter esse valor em espécie para libertar a vítima", concluiu Gustavo.
Assista coletiva:
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