A Polícia Civil deflagrou na manhã desta terça-feira (12.03) a Operação Gravatas, visando desarticular uma organização criminosa composta por quatro advogados, um policial militar e três líderes de uma facção. Ao todo, 16 mandados foram cumpridos, sendo de prisão preventiva e buscas e apreensões, em Cuiabá e Sinop (a 480 km de Cuiabá).
As diligências, realizadas pela Delegacia de Tapurah (a 389 km de Cuiabá), apontam a conduta de cada investigado, desde tarefas definidas a benefícios recebidos da organização. Os líderes da facção criminosa se associaram de forma estruturalmente ordenada aos advogados, que representavam o braço jurídico do grupo.
Conforme informações da Polícia Civil, além dos crimes supracitados, realizaram diversas tarefas para além da atividade jurídica legal, ou seja, atuaram à margem da lei com o propósito de embaraçar investigações policiais, repassar informações da atuação policial em tempo real, auxiliar em crimes graves, como tortura, realizando o levantamento de dados das vítimas.
A organização criminosa contou, ainda, com a participação de um policial militar de Sinop, que enviava ilegalmente dezenas de boletins de ocorrências para os advogados. Os boletins, posteriormente, eram encaminhados aos líderes da facção, que mantinham a organização e o controle do tráfico de drogas de dentro do sistema penitenciário. Eles conseguiam informações sobre a atuação policial, tanto da Civil quanto da Militar.
A equipe da Delegacia de Tapurah apurou ainda o número de pessoas que a banca de advogados defendeu nos últimos dois anos. O advogado de Sinop representou 205 clientes neste período e, destes, 168 eram ligados a uma facção criminosa com envolvimento por tráfico de drogas, roubos, homicídios, ou seja, 81,95% de criminosos violentos.
Apreensões
Durante as buscas e apreensões, cerca de R$ 100 mil foram presos na residência de uma advogada de Sinop. O cumprimento das ordens judiciais contra os advogados foi acompanhado pelo Tribunal de Prerrogativas da OAB-MT.
Entre os custodiados, as ordens de prisões e buscas foram realizadas dentro do Sistema Penitenciário de Cuiabá.
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