A esposa de Eder Gonçalves Rodrigues, um dos envolvidos no duplo homicídio que vitimou Pilson Pereira da Silva e Rui Luiz Bolgo, no último domingo (21), em Peixoto de Azevedo (a 672 km da Capital), afirmou em depoimento que a cunhada Inês Gemilaki, havia sofrido ameaça de morte no dia anterior ao crime.
A mulher, identificada pelas iniciais J.F., 33 anos, relatou que na noite de sábado (20), seu cunhado Márcio Ferreira Gonçalves, foi até sua residência e pediu que eles se afastasse de sua casa, pois naquela tarde, seis homens teriam ido atrás de Inês para matá-la. Segundo ela, o crime não ocorreu, pois Márcio conseguiu conversar com o grupo.
Contudo, J.F., disse que no domingo (21), os cunhados, na companhia do filho de Inês, Bruno Gemilaki Dal Poz, estavam almoçando para comemorar seu aniversário, e percebeu quando Márcio chamou atenção de Inês, devido à quantidade de bebida alcoólica que ela estava ingerido.
A mulher relatou que em determinado momento, seu cunhado deixou a residência, alegando que iria para sua oficina terminar o conserto de um carro. No decorrer da festa, J.F. disse que a cerveja estava acabando e Inês balançou a chave da caminhonete Ford Ranger e convidou Eder para irem comprar mais cerveja, deixando o local na companhia de Bruno.
Segundo ela, isso ocorreu por volta das 14 horas, e só teve contato com o marido às 17 horas, quando o mesmo ligou e relatou que Inês e o filho teriam feito uma "cagada" e teriam o levado junto. Ela disse que o esposo chegou a contar que mãe e filho haviam matado algumas pessoas na casa do "Polaco".
A mulher, orientada pelo marido, deixou a residência da família e abrigou-se na casa de uma amiga, que não era conhecida na cidade e ninguém teria o endereço.
Ainda conforme depoimento, J.F. contou que no período noturno, Eder entrou em contato e relatou que saiu de casa com a intenção de comprar cerveja com a cunhada, contudo, quando chegou perto da caminhonete, Bruno apontou para ele uma espingarda calibre 12, e pediu que entrasse e dirigisse o veículo. Inês o questionou se "estaria com eles ou contra eles".
Na ocasião, Eder disse para a esposa que não entrou na residência do "Polaco" e não portava arma de fogo, e logo após a dupla cometer a ação criminosa, eles fugiram para uma propriedade rural da pecuarista [Inês].
"Minha cunhada ligou para o Márcio e contou sobre o ocorrido e pediu para ele ir para fazenda, a princípio meu cunhado se negou, mas quando Inês disse que estavam com Eder, ele acabou indo", diz trecho do depoimento.
A mulher disse que o cunhado já na fazenda fez com eles [mãe e filho] acreditassem que ele iria ajudar na fuga, e se dividiram, saindo Inês e o filho na Ranger e ele e o irmão em uma Strada.
"Devida a estrada ruim, Márcio não conseguiu avançar e acabaram se separando. Meu cunhado disse que se perdeu e só depois chegaram em Alta Floresta".
J.F., disse que foi com os filhos para cidade onde estava o marido, pois ficaram sabendo que o "Polaco", que seria o alvo de Inês, estava vivo e teria oferecido uma recompensa de R$ 200 mil pela morte dos envolvidos. A viagem foi bancada por Bruno que mandou via pix a quantia de R$ 1 mil.
Questionada o que teria motivado a cunhada a cometer o duplo assassinato, J.F., disse que Inês e "Polaco" tinham uma briga, pois a cunhada havia alugado a caso dele, e ele alegava danos no imóvel, o que gerou uma briga judicial, e que "Polaco" havia perdido o processo e não teria gostado da situação.
Eder Gonçalves Rodrigues, e seu irmão Márcio Ferreira Gonçalves, foram presos em uma residência, em Alta Floresta, na manhã dessa terça-feira (23.04).
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