Um casal, acusado de estelionato e associação criminosa, foi preso pela Polícia Civil, em Sorriso (a 420 km de Cuiabá), suspeitos de vender e enganar famílias com um curso de bombeiros, chamado “Bombeiro Legal” e “Bombeiro Mirim”, para crianças e adolescentes, em diversos municípios de Mato Grosso.
O casal, W.E.P, 29 anos, e W.C.B, 36 anos, foi detido na sexta-feira (17.03) pela equipe da Delegacia de Sorriso, na Avenida Blumenau, em frente a uma empresa de venda de veículos, em posse de diversos contratos impressos que seriam assinados pelas vítimas no fim de semana.
Conforme denunciado ao , a moradora de Várzea Grande, Elizabeth Clara de Morais, explica que ela e cerca de 40 pais realizaram a inscrição do curso que custava R$ 900, e muitos fizeram o pagamento a vista.
Ela relatou que houve a primeira reunião com os pais, onde os golpistas já cobraram o pagamento. Após isso, eles começaram a cancelar as aulas, mas continuaram cobrando mensalidade, e alegavam que o financeiro do projeto não poderia se responsabilizar pelos imprevistos com a equipe que ministrava o curso, forçando as famílias pagarem.
“Faço parte de um grupo com os pais que matricularam os filhos nesse curso, e as aulas iriam acontecer na UniCEUB Fatec de Várzea Grande. Até então, só teve uma aula. No dia de apresentar o curso, eles receberam muito dinheiro, e agora não conseguimos mais ter contato com eles”, explicou Elizabeth.
Elizabeth diz que ela e os outros pais estão desnorteados e desesperados, pois perderam uma grande quantia de dinheiro. “Eu fiz a inscrição junto de diversos pais, e depois disso, eles sumiram, não nos respondem. Mais de 20 pais sofreram esse golpe, nós estamos desesperados e desnorteados, porque perdemos um valor muito grande”.
De acordo com as informações divulgadas, os valores cobrados eram R$ 900,00, ficando por R$ 600,00 para quem fechasse o contrato na hora e por R$ 500,00 para quem efetuasse o pagamento à vista.
A moradora contou que diversos pais registraram boletim de ocorrência contra o casal e outros integrantes do grupo criminoso, que ainda estão sendo identificados pela Polícia Civil.
Foi apurado durante as investigações que o grupo criminoso não tem espaço físico para a realização do curso e contatava faculdades e institutos de educação para alugar salas e realizar uma reunião inicial, nas quais, os golpistas já levavam máquinas de cartão e coletavam os pagamentos.
A investigação descobriu que o golpe também foi aplicado em Cuiabá, entre novembro e dezembro do ano passado. A Polícia Civil apurou que alguns dos CNPJ utilizados pelos criminosos em Sorriso também foram utilizados na Capital. Um deles tem situação cadastral inapta na Receita Federal, e, outra, tem como sede um endereço fora do estado, no qual só há um terreno baldio.
Conforme os pais iam descobrindo e contestando, a associação trocava de CNPJ para que continuasse a receber os pagamentos das próximas vítimas.
Até o momento, as investigações apontaram que a associação criminosa tem aplicado golpes em diversas cidades como Sorriso, Cuiabá, Várzea Grande, Lucas do Rio Verde e Primavera do Leste, além de Brasília e outros municípios dos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
O casal suspeito foi submetido à audiência de custódia no sábado (18) e a Justiça decretou a conversão do flagrante em prisão preventiva. As apurações seguem em curso.
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