O morador de Várzea Grande Ítalo Sousa de Oliveira, 33 anos, foi preso injustamente no dia 4 de fevereiro de 2025 por um mandado expedido pela 2ª Vara de Entorpecentes do Distrito Federal. A prisão, que durou quatro dias, aconteceu devido um erro de identificação relacionado a um crime ocorrido em 2022.
Ao , Ítalo relatou que foi preso em seu trabalho, onde atua como gerente. Na ocasião, três policiais à paisana estavam o aguardando desde o início da tarde, quando ele havia saído para atender um cliente em Cuiabá. Inclusive, outros agentes realizavam buscas em Goiânia, onde a família de Ítalo mora, tentando obter informações sobre seu paradeiro.
Desconhecendo tal mandado de prisão, ítalo insistiu que era inocente, contudo, foi algemado e levado para a Polinter em Cuiabá, onde passou a noite com um criminoso de alta periculosidade.
“Eles falaram que tinha um mandado de prisão em aberto no meu nome, que havia saído na segunda-feira (03), o que me causou estranheza, porque sempre andei certo, nunca fiz nada errado [...] Chegou uma viatura da ROTAM, me algemaram e me levaram para a Polinter, onde me colocaram em uma cela com outro preso que estava de tornozeleira e já tinha passagem por homicídio”, relatou Ítalo.
Já na quarta-feira (05), Ítalo foi transferido para o Fórum de Cuiabá, onde permaneceu algemado junto a outros detentos, teve suas digitais recolhidas e passou por todo o processo de fichamento criminal. Em seguida, foi encaminhado ao Fórum de Várzea Grande para a realização da audiência de custódia.
Mesmo com seu advogado apresentando provas de que ele estava empregado formalmente em Mato Grosso desde 2021, enquanto o crime em questão aconteceu em 2022, ele foi mantido sob custódia. Ítalo foi enviado para a Penitenciária Central do Estado (PCE), juntamente com outros criminosos que cometeram homicídio – inclusive os vigilantes envolvidos na morte de um venezuelano na Rodoviária de Cuiabá. Leia matéria relacionada - Vigilantes que mataram homem espancado na rodoviária de Cuiabá são presos
Esposa reuniu provas da inocência do marido
Durante os quatro dias de prisão, sua esposa reuniu provas de sua inocência, incluindo uma linha do tempo detalhada de suas atividades em 2022 e, principalmente, um vídeo do verdadeiro criminoso se passando por ele, que o obteve acesso.
"No vídeo do depoimento de audiência de custódia dessa pessoa que se passou por mim em 2022, ele fala meu nome completo, os nomes dos meus pais completos e também minha data de nascimento", explicou.
Ao obter conhecimento da falha, o Ministério Público do Distrito Federal reconheceu o erro e agilizou a emissão do Alvará de Soltura, emitido no dia 6, contudo, Ítalo foi liberado no dia 7 de fevereiro.
O transtorno causou abalos emocionais e psicológicos, tanto para Ítalo, quanto para demais familiares, que sofreram com a pressão das buscas e a angústia da prisão. Desde que foi liberto, Ítalo carrega todos os documentos que comprovam sua inocência, temendo novas abordagens indevidas.
“Por conta disso eu fico até com medo, temendo de sei lá, parar em uma Blitz ou em outro lugar e ser preso novamente injustamente. Os três primeiros dias depois que fui solto, quando acordei de madrugada, por exemplo, para ir ao banheiro ou beber água, fico com medo de ter alguém me vigiando. Estou abalado psicologicamente”, desabafou Ítalo.
Diante da gravidade do ocorrido, um processo de indenização contra o Estado está em andamento. Segundo os próprios policiais penais que o libertaram, situações como essa são raras e passíveis de compensação judicial.
“Estive com meu advogado depois que saí para alinhar a questão da indenização do Estado. No dia que saí do presídio, os próprios policiais penais me falaram eu ia ganhar uma indenização, porque esse erro que aconteceu eles nunca tinham visto”.
Outro lado
O entrou em contato com a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal para obter um posicionamento sobre a situação e saber quais medidas serão tomadas, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno. Espaço segue aberto para manifestações.
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