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Polícia Sexta-feira, 21 de Julho de 2017, 13:51 - A | A

Sexta-feira, 21 de Julho de 2017, 13h:51 - A | A

Condições desumanas

Idoso resgatado em condições análogas à escravidão em fazenda de advogado se encontra com familiares

Adriana Assunção/VG Notícias

PJC

colniza

Idoso encontrado em condições análogas à escravidão em fazenda de advogado, encontra-se com familiares

O idoso que era mantido em cárcere privado e trabalho análogo à escravidão, na fazenda São Lucas, de propriedade do advogado Robson Medeiros, 42 anos, já encontra-se aos cuidados de seus familiares. O advogado foi preso ontem (20.07), no município de Colniza (1.065 km a Nordeste de Cuiabá).

De acordo com a Polícia Judiciária Civil (PJC-MT), o idoso, que possui deficiência física e visual, ocasionadas por acidentes de trabalho na fazenda do advogado, nunca teve carteira assinada e recebia apenas moradia e comida pelos trabalhos prestados. Conforme a denúncia, o funcionário ficou cego do olho esquerdo devido um acidente de trânsito no ano de 2015 e amputou uma perna em razão de ferimento ocasionado quando apagava um incêndio na propriedade.

A vítima é portadora de Hanseníase e não sente dores no corpo. Conforme denúncia encaminhada à polícia, há cerca de quatro meses os ratos que convivem no quarto roeram a perna da vítima enquanto ela dormia, e ao levantar percebeu as poças de sangue no colchão. Devido às deficiências, o lavrador não consegue fazer a sua comida e espera que outros funcionários da fazenda levem refeição para ele.

Na fazenda, os policiais constataram que há um banheiro adequado com sanitário e chuveiro, porém, os proprietários deixam trancado com cadeado e corrente, obrigando a vítima a tomar banho de mangueira atrás da casa, ou em uma lagoa onde divide o espaço com porcos, bois e cavalos.

De acordo com a vítima, seus documentos pessoais estão há cerca de um ano em poder do ex-sogro do patrão, supostamente para dar entrada em sua aposentadoria.

Além do advogado o ex-sogro L.A.P.B., 72 anos, também foi preso com mandatos de prisão temporária. O dois são investigados por indícios de crimes de sequestro e cárcere privado, redução a condição análoga de escravo e maus tratos. O advogado também é acusado de constranger alguém com intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se da condição de superior hierárquico.

Sobre isso, conforme a polícia, na mesma propriedade, os investigadores conversaram com outra família que também trabalha sem carteira assinada. A filha do casal, de 13 anos, contou que por várias vezes já foi convidada pelo patrão para ter relação sexual com ele e a sua esposa. Segundo a adolescente, “o advogado diz que por enquanto não vai força-la por ela ser menor, mas depois que ela completar 14 anos não passa”, relatou menor.

Dando continuidade as investigações, os policiais ouviram testemunhas que afirmaram que em outras fazendas do advogado, existem outras pessoas vivendo na condição análoga a de escravo.

A atual esposa do advogado teve apenas condução coercitiva. Ao todo, a Polícia Judiciária Civil (PJC-MT) cumpriu, nessa quinta-feira (20.07), sete mandados (prisão, busca e condução coercitiva) decretados pela Justiça Federal.

O mandado datado de 18 de julho, foi assinado pelo juiz federal Antônio Lúcio Túlio de Oliveira Barbosa, da Subseção Judiciária de Juína do Tribunal Regional Federal (TRF). (Com informações PJC)

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