Os crimes de feminicídios aumentaram entre os meses de janeiro a novembro de 2023, em Mato Grosso. Somente em Cuiabá, cinco mortes de mulheres foram registradas, sendo uma das mais marcantes, cometida na tarde de 18 de janeiro, em frente ao Edifício Monet, no bairro Consil, em Cuiabá, por Carlos Alberto Gomes Bezerra - Carlinhos, filho do ex-deputado federal e conceituado político no Estado, Carlos Bezerra.
Uma das vítimas, sua ex-mulher e ex-servidora do Fórum de Várzea Grande, Thays Machado, 44 anos, estava com problemas recorrentes com o ex, e na madrugada que antecedeu o crime, ela registrou um boletim de ocorrência contra o ex-marido. Thays teria conhecido Willian (segunda vítima de Carlinhos) pessoalmente na mesma madrugada, o namorado era morador de São Paulo. Na tarde do dia 18, a ex-servidora, acompanhada de Willian, teriam ido até o prédio da mãe de Thays entregar a chave do veículo, quando o casal foi surpreendido por Carlinhos em veículo Renault Kwid. Friamente ele atirou contra o casal e fugiu do local. Thays e o namorado não tiveram chance de defesa e morreram na calçada do edifício.
Outro crime bárbaro que chocou os moradores da Capital mato-grossense em janeiro, foi a morte da idosa Maria de Almeida Gonçalves, 68 anos. Após uma discussão, o então namorado da idosa efetuou diversos golpes de faca contra ela, e não satisfeito, incendiou o corpo de Maria e a residência, destruindo completamente a casa. A idosa, antes de ser queimada, foi decapitada. O motivo seria que a vítima queria terminar o relacionamento pelo fato de o companheiro fazer uso excessivo de álcool.
A não aceitação do fim do relacionamento também foi um padrão em diversos casos, como o de Emily Bispo da Cruz, 20 anos. A jovem foi morta pelo ex-namorado Antônio Aluízio da Conceição Maciano. Imagens de uma câmera de segurança mostraram Emily sendo esfaqueada no meio da rua, na presença do filho de 3 anos. A vítima chegou a suplicar por ajuda, e vizinhos ouviram os gritos dela: “Alguém me ajuda, alguém me ajuda”. Ela chegou a ser socorrida e levada para uma unidade de saúde, mas não resistiu e foi a óbito.
Já por uma negativa durante um ato sexual, outra mulher morreu vítima de feminicídio, ainda em Cuiabá. A advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, 48 anos, foi morta brutalmente por um ex-policial militar. Um encontro casual em um bar de Cuiabá, um convite para uma noite mais acalorada, seria o dia perfeito para Cristiane, mas a brutalidade e a crueldade do ex-policial Almir Monteiro dos Reis, tirou os sonhos da advogada, que acabou espancada e asfixiada até a morte, na madrugada do dia 13 de agosto de 2023. Cristiane sofreu lesões na face, múltiplas fraturas no crânio, além de ter sido violentada sexualmente. Não contente, o ex-militar, colocou friamente a advogada no veículo, posicionou a vítima no banco do passageiro, colocou nela óculos escuro, e a abandonou já sem vida em um parque da Capital. Castrillon foi encontrada pelo irmão.
Ainda em agosto, outra vítima de feminicídio em Cuiabá, foi Poliane Jara Gomes, 35 anos, morta por vários tiros pelo ex-companheiro, identificado pelas iniciais E.F.A, 37 anos, e dois comparsas do assassino. A ação dos criminosos foi gravada por uma câmera de segurança que mostra o momento em que o ex-companheiro da Poliane deixa a residência e retorna algum tempo depois com mais dois suspeitos.
Além dos crimes bárbaros registrados na Capital de Mato Grosso, mulheres também foram vítimas de feminicídios em cidades do interior do Estado. Entre elas, a adolescente Eduarda Alexandra Dutra, 17 anos, grávida, que foi morta a tiros pelo ex-marido Anderson Ferreira Gomes, 28 anos, durante uma festa no município de Juína.
Nem mesmo uma medida protetiva, resguardou a vida de Maria Sirlene da Conceição, 44 anos. Ela foi morta a facadas pelo ex, identificado pelas iniciais A.P.F.D, 46 anos, na cidade de Cáceres. O assassino, após cometer o crime, saiu da residência da vítima, caminhando tranquilamente com a arma do crime na mão.
Ana Paula dos Santos Pereira Magalhães, 41 anos, moradora do município de Cotriguaçu, foi morta a tiros pelo marido, o veterinário Anderson Francisco Magalhães, 43 anos, na frente da filha de 6 anos. O veterinário ainda passou em uma distribuidora, contou haver atirado contra a própria esposa e em seguida entrou no carro e fugiu.
Também por colocar fim em relacionamento abusivo, a jovem Paulina Luz Amorim, 23 anos, foi morta a facadas pelo ex-marido, na presença da filha de 1 ano, em uma residência no município de Querência. O assassino chegou a fazer a filha do casal refém após cometer o crime, e ao ser preso, alegou que teria visto algumas mensagens no celular da vítima.
Já Maria Elizangela Recoliano da Silva, 39 anos, não foi morta na frente dos filhos, mas, foram eles que encontraram a mãe morta no quarto. O assassino chegou a ir até o quarto dos filhos e dizer que a mãe deles não estava passando bem, e ele iria levá-la em uma unidade de saúde. No entanto, ele matou Maria a facadas, pois não aceitava o fim do relacionamento.
Outro crime bárbaro vitimou Soniamar Martins Muniz, 57 anos, na cidade de Jaciara. O jovem de 21 anos, com quem a vítima tinha um relacionamento, chegou a simular que Soniamar teria cometido suicídio. Ele ligou para filha da vítima, se passando por ela, dando a entender que tentaria algo contra a própria vida. Após assassinar Soniamar, ele incendiou o apartamento.
Sendo acusada de dar o golpe da barriga, Alice Ribeiro da Silva, 32 anos, foi morta a facadas pelo ex-marido, em Juscimeira. Os policiais conseguiram localizar o assassino e ele disse que matou Alice, pois ela teria dado o "golpe" da barriga com a intenção de ficar com os bens da família dele.
Apenas um caso de feminicídio terminou com o assassino tirando a própria vida após cometer o crime. Jefferson Luiz dos Santos, 43 anos, matou a ex-mulher Leila Maria da Silva, 40 anos, a facadas, na frente do filho menor, em uma residência, na cidade de Tangará da Serra.
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