Familiares de detentos na Penitenciária Central do Estado (PCE) denunciam que supostos advogados estariam exigindo propina para entregar kits de higiene e roupas aos presos. As imagens recebidas pela redação do foram borradas para resguardar as imagens dos cidadãos que estavam no local, inclusive os indivíduos apontados como supostos advogados.
Segundo uma mulher que preferiu não se identificar com medo de represália, relatou ao na tarde desta sexta-feira (14.02), que mais de 500 pessoas aguardavam na fila desde as 6 horas da manhã. Segundo ela, cerca de 90% dos atendimentos são destinados exclusivamente a advogados.
Indignada, a mulher afirmou que o prazo para a entrega dos kits estava se esgotando e muitos não conseguiriam realizar a entrega, ressaltando que essa situação já havia ocorrido outras vezes na mesma semana.
"Só advogado na boca, só advogado colocando as coisas para dentro. Todo mundo passando sufoco, um monte de mulher grávida, mãe de família, e a fila não anda. Nem a fila de preferencial está andando. Queremos que eles deem uma atenção para nós aqui fora. Precisamos de uma atenção", desabafou a mulher.
Ainda de acordo com a denunciante, idosos aguardavam na fila em condições precárias, chegando a dormir sentados e em pé devido ao cansaço. Ela destacou que todos ali merecem respeito e um tratamento digno.
Ao ser questionada pelo sobre a acusação de que supostos advogados estariam extorquindo familiares para agilizar a entrega dos kits, a mulher afirmou que vários desses indivíduos estariam misturados à multidão, aproveitando-se da situação. Segundo ela, alguns estariam cobrando até R$ 1,5 mil para antecipar a entrega dos produtos aos detentos.
Em um dos vídeos encaminhados à redação do , a mulher aponta um dos supostos advogados e diz que ele está no meio do povo caçando. “Eles ficam andando, ficam caçando para ver quem vai pagar mais rápido. Isso é desumano com que está aqui nessa, eles ficam ali na janelinha fazendo com a mão gesto de quantos que cobram e ninguém faz nada", disse ela.
Outro lado - A reportagem do entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Justiça (Sejus) e foi informada para procurar o chefe de gabinete, Emanuel, contudo, o mesmo não atende a ligação e não responde às mensagens.
O também conversou com a assessora da Ordem dos Advogados de Mato Grosso (OAB-MT), que informou que o grupo de Acompanhamento e Fiscalização do Sistema Prisional de Mato Grosso, instituído pela OAB-MT para acompanhar os últimos acontecimentos envolvendo o sistema prisional, e em especial a PCE, não recebeu denúncias nessa sexta-feira (14) sobre o envolvimento de advogados em atividades incompatíveis com a advocacia junto à Penitenciária Central.
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