O ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, suspeito de envolvimento em esquema de corrupção e fraudes na Secretaria de Saúde, foi preso na manhã desta quinta-feira (09.02), durante a operação “Hypnos”, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). A ordem de prisão foi expedida pelo juiz João Bosco, do Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá.
Conforme a Polícia Civil, as ordens judiciais estão relacionadas com a investigação de um suposto esquema que teria se instalado na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) no ano de 2021.
Na operação, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão domiciliar, dois afastamentos cautelares de exercício da função pública, um mandado de prisão preventiva, além do sequestro de R$ 1.000.080,00, que recaiu sobre o patrimônio de duas pessoas e da empresa, investigadas por suspeita de participação no esquema.
Na residência do alvo principal foi apreendido aproximadamente R$ 30.962 mil em dinheiro.
Investigações - Relatórios de auditoria da Controladoria-Geral do Estado apontaram indícios de desvios de recursos públicos na ECSP e, a partir disso, foram constatadas diversas irregularidades em alguns pagamentos, na ordem de R$ 1 milhão. Segundo a investigação da Deccor, esse dinheiro pode ter sido desviado dos cofres da saúde pública do município de Cuiabá e teria sido direcionado indevidamente em plena pandemia de covid-19.
As apurações apontam que, em tese, foram autorizados pagamentos sem as devidas formalidades para uma empresa que, segundo levantamentos realizados, seria composta por pessoas que não teriam condições de administrá-la, bem como não possuiria sede física no local informado em seu registro formal. Essas evidências podem demonstrar tratar-se de uma empresa fantasma, cujos sócios administradores seriam laranjas.
Ainda, os indícios sugerem que esses pagamentos se referem à aquisição de medicamentos que não possuem, a princípio, comprovação de ingresso na farmácia da Empresa Cuiabana de Saúde Pública. Isso levanta suspeitas de que esses medicamentos, de fato, nunca teriam chegado a dar entrada no estoque da ECSP.
A Operação Hypnos foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) e contou com apoio de equipes da Gerência de Operações Especiais (GOE) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). (com informações PJC).
Nome da Operação - Hypnos faz referência a um medicamento Midazolan, que é indicado para insônia.
A Prefeitura de Cuiabá emitiu uma nota de esclarecimento sobre a ação desencadeada pela Polícia Judiciária Civil na manhã de hoje (9).
Conforme assessoria, a Empresa Cuiabana de Saúde Pública, que administra os hospitais São Benedito e Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), não foi alvo da operação e está à disposição para auxiliar as autoridades policiais, mantendo o compromisso de atuação com lisura e transparência.
Reforça ainda que as medidas cautelares aplicadas atingem o âmbito residencial de dois servidores que atuam no HMC.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).